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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1759
Acesso de texto completo
LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA EM CANINO: RELATO DE CASO COM ENFOQUE DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO
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LF Spigottea, GCZ Reinasa, ALYdS Yamatab, APM Alvesc, JA Santosa
a Centro Universitário Ingá, Maringá, PR, Brasil
b Laboratório Yoshida, Maringá, PR, Brasil
c São Francisco de Assis, Maringá, PR, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é uma neoplasia hematopoiética maligna, caracterizada pela proliferação clonal descontrolada de precursores linfoides, geralmente de origem B ou T, que infiltram medula óssea, sangue periférico e, eventualmente, outros tecidos. Embora rara em cães, a LLA apresenta curso clínico agressivo, de rápida progressão e prognóstico reservado, representando um desafio diagnóstico e terapêutico na clínica veterinária. O reconhecimento precoce, aliado a uma abordagem diagnóstica multidisciplinar, é essencial para o manejo adequado e definição do prognóstico.

Descrição do caso: Objetivo

Relatar um caso de LLA em um cão da raça Fila Brasileiro, de três anos, diagnosticado por mielograma e sinais clínicos.

Relato de caso

Foi atendida uma fêmea canina, Fila Brasileiro, de três anos, com histórico de apatia, fezes pastosas e anorexia. O animal apresentava diagnóstico presuntivo de erliquiose canina, baseado no teste ELISA IDEXX SNAP 4DxPlus®, e estava em tratamento com doxiciclina e suporte há 17 dias, sem resposta clínica. Os hemogramas anteriores demostraram uma anemia refratária de carater macrocítica normocrômica com baixo índice de regeneração, plaquetopenia persistente e leucocitoses acentuadas (média de 350.000/mm³; VR: 6.000–17.000), com linfocitose grave (média de 329.000/mm³; VR: 1.000–4.800). Os linfócitos apresentavam anisocitose, anisocariose, citoplasma basofílico por vezes vacuolizado e núcleos pleomórficos com nucléolos evidentes. Observou-se também a presença de corpúsculos linfoglandulares. Havia discreta transaminemia persistente. Frente às alterações clínicas e laboratoriais, foi indicado mielograma. A citologia da medula óssea revelou celularidade aumentada, com hipoplasia eritroide acentuada, justificando a eritropoiese ineficaz. A relação G:E encontrava-se aumentada (17,0; VR: 0,75–2,53), devido à intensa proliferação linfoide, composta por 95% de linfoblastos, com raros linfócitos maduros e corpúsculos linfoglandulares. Não foram realizados exames complementares adicionais. Diante da piora clínica progressiva, optou-se por eutanásia.

Discussão

O caso ilustra a complexidade do diagnóstico de LLA em cães, especialmente em áreas endêmicas para enfermidades como a erliquiose, cujas manifestações clínicas e hematológicas podem mascarar doenças neoplásicas. A literatura veterinária considera o diagnóstico de LLA na avaliação medular com presença de 30% de linfoblastos. A ausência de resposta à doxiciclina, aliada à linfocitose intensa com morfologia atípica e anemia não regenerativa, reforçou a suspeita de neoplasia hematopoiética. O mielograma foi essencial para confirmação, revelando características compatíveis com LLA. A indisponibilidade de exames como imunofenotipagem e PCR para clonabilidade, comuns na rotina de laboratórios especializados, limitou a subtipagem e o aprofundamento prognóstico. A rápida deterioração do quadro clínico e a necessidade de eutanásia refletem o comportamento agressivo da doença, cuja sobrevida é limitada, mesmo com intervenção. O relato ressalta a importância da suspeita precoce diante de quadros hematológicos persistentes e da valorização de exames específicos para diagnóstico e conduta adequada.

Conclusão

A LLA, embora incomum em cães, deve ser considerada em casos de linfocitose severa e anemia refratária. O diagnóstico precoce é decisivo para guiar o manejo e estimar o prognóstico.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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