HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO Linfoma não Hodgkin (LNH) é uma neoplasia maligna que acomete tecidos linfoides, principalmente os linfonodos. Sua incidência aumenta com a idade, sendo a faixa etária um importante fator de risco. Além disso, fatores sociodemográficos como região, raça/cor e sexo influenciam diretamente o acesso ao diagnóstico e ao tratamento, especialmente em áreas com menor infraestrutura de saúde, como a Região Norte do Brasil.
ObjetivosAnalisar o perfil das internações por LNH na Região Norte do Brasil entre 2015 e 2024, considerando variáveis sociodemográficas e epidemiológicas.
Material e métodosTrata-se de um estudo transversal, retrospectivo e quantitativo. Os dados epidemiológicos foram obtidos na seção "Morbidade Hospitalar" do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Foram considerados registros de internações com diagnóstico principal de LNH na Região Norte entre 2015 e 2024.
Discussão e conclusãoForam registradas 169.626 internações por LNH no Brasil entre 2015 e 2024. A Região Sudeste concentrou o maior número, com 79.521 internações (46,8%), enquanto a Região Norte apresentou o menor quantitativo, com 6.851 internações (4%). Dentro da Região Norte, o Pará se destacou com 2.102 internações (30,6%). A faixa etária com maior número de internações foi de 50 a 59 anos, com 1.104 casos. A população parda representou o maior grupo acometido, com 4.974 internações (72,6%). Do total de casos da Região Norte foram registradas 4.367 (63,75%) internações para homens e 2.484 (36,25%) para mulheres. No total, o número de óbitos no Brasil por LNH foi de 14.127, sendo o Sudeste responsável por 6.318 (44,7%) e o Norte por 625 (4,4%). Esses dados indicam disparidades regionais, com maior concentração na Região Sudeste, o que pode ser atribuído à maior densidade populacional, melhor infraestrutura e acesso aos serviços de saúde. A Região Norte, com menor número absoluto de internações e óbitos, provavelmente reflete subnotificação ou dificuldades de acesso ao diagnóstico, especialmente em áreas geograficamente isoladas. O Pará dentro da região evidencia que, mesmo em contextos de limitações estruturais, a presença de serviços especializados pode ampliar o diagnóstico e o tratamento. A predominância de internações em adultos de 50 a 59 anos reforça o papel do envelhecimento como fator de risco. A prevalência entre pessoas pardas pode refletir a composição demográfica local, sendo esse o grupo mais atingido. O maior número de internações e óbitos entre homens pode estar relacionado tanto a fatores biológicos quanto comportamentais, como menor procura por atendimento precoce e baixa adesão aos protocolos terapêuticos. Dessa forma, entende-se que as disparidades regionais observadas evidenciam desigualdades no acesso à saúde e na disponibilidade de infraestrutura diagnóstica. O destaque do Pará dentro da Região Norte reforça a importância de centros regionais de referência no enfrentamento da doença. A predominância de casos na faixa etária de 50 a 59 anos e entre indivíduos pardos evidencia a necessidade de estratégias de saúde pública direcionadas a grupos vulneráveis. Além disso, a maior proporção de internações e óbitos no sexo masculino ressalta a importância de ações específicas voltadas para ampliar a adesão ao tratamento e incentivar a busca por diagnóstico precoce entre os homens.




