HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO sangue é essencial para funções vitais e não possui substituto artificial. Em casos de necessidade transfusional, a doação é a principal fonte de hemocomponentes e hemoderivados. Embora a OMS recomende que 3 a 5% da população doe, no Brasil menos de 2% doa regularmente. Por isso, além de conhecer o número de doadores, é fundamental compreender os dados de inaptidão, devido ao seu impacto na saúde pública.
ObjetivosO objetivo deste estudo é identificar as principais causas de inaptidão da doação de sangue em um Hemocentro de Sergipe nos últimos 5 anos.
Material e métodosEstudo observacional, retrospectivo, quantitativo e descritivo, baseado na análise de dados secundários do Hemose (2020–2024), avaliando médias anuais de voluntários cadastrados e casos de inaptidão para doação sanguínea, classificados em fisiológicos, comportamentais e sexuais.
ResultadosEntre 2020 e 2024, o Hemocentro registrou 29.300 casos de inaptidão clínica para doação de sangue, aumentando de 4.492 em 2020 para 6.506 em 2024. A maioria das inaptidões esteve ligada a impedimentos fisiológicos, principalmente alterações laboratoriais de hematócrito/hemoglobina baixos (7.704) e altos (1.130), hipertensão arterial (2.496), uso recente de medicamentos (1.504), jejum inadequado (1.189), uso de antibióticos (1.286) e pulso elevado (1.456). Condições temporárias como estado gripal (734) e repouso insuficiente (634) também influenciaram. Impedimentos comportamentais incluíram tatuagens ou piercings recentes (1.750), relações sexuais sem preservativo com parceiro não habitual (868), uso recente de cigarro (50) e consumo de álcool antes da triagem (55). Em menor número, foram registrados casos relacionados a doenças crônicas, transmissíveis, uso de drogas ilícitas e outros fatores, indicando a necessidade de ações educativas para reduzir essas causas e aumentar o número de doadores aptos.
Discussão e conclusãoA maioria das inaptidões esteve ligada a fatores fisiológicos, muitas evitáveis com orientações prévias aos candidatos. Impedimentos comportamentais, como tatuagens recentes e práticas sexuais de risco, revelam necessidade de melhor informação. Condições crônicas e doenças transmissíveis, embora menos frequentes, permanecem relevantes pela gravidade. O cenário destaca a importância da triagem criteriosa, de ações educativas e preventivas e da divulgação dessas informações para reduzir inaptidões e ampliar os estoques de sangue nos hemocentros.
Referências:
Dourado MNA, et al. Perfil epidemiológico e probabilidades de inaptidão para doação de sangue no Brasil. Research, Society and Development. 2022;l11(14).
Vecina DFC, et al. Avaliação da frequência de inaptidão à doação de sangue por vacinação observada na triagem clínica de doadores realizada no hemonúcleo de Sorocaba. Hematology, Transfusion and Cell Therapy. 2021;43(Supplement 1).
Lacerda N. População brasileira precisa tornar doação de sangue um hábito cotidiano, especialista. Brasil de fato. 2023. Disponível em:https://www.brasildefato.com.br/2023/06/27/populacao-brasileira-precisa-tornar-doacaode- sangue-um-habito- cotidianodizespecialista#:∼:text=Menos%20de%202%25%20da%20popula%C3%A7%C3%A3o,da dos%20do%20Minist%C3%A9rio%20da%20Sa%C3%BAde.




