Os doadores de plaquetas por aférese são submetidos voluntariamente à coleta de plaquetas automatizada com maior tempo de duração em relação à doação de sangue total, com o objetivo de atender pacientes em emergências e pacientes onco-hematológicos em suporte regular de transfusão de plaquetas. Esse procedimento reduz em pelo menos 6 vezes a exposição do receptor a diferentes doadores, o que diminui o risco transfusional, além de prevenir e controlar hemorragias. O uso estratégico e direcionado da plaquetaférese facilita o gerenciamento dos estoques de plaquetas nos bancos de sangue e a compreensão do perfil desses doadores contribui para a captação e fidelização ao serviço, possibilitando um direcionamento e apresentação dessa modalidade de coleta para novos doadores.

Descrever o perfil clínico e epidemiológico dos doadores de plaquetas por aférese no Serviço de Hemoterapia Dom Bosco (SHDB), Maringá-PR, Brasil entre março de 2024 a junho de 2025, período em que foi implantado o procedimento de coleta dupla de plaquetas por aférese neste serviço.

Análise retrospectiva das doações de plaquetas por aférese realizadas no Serviço de Hemoterapia Dom Bosco (SHDB), Maringá-PR, Brasil, no período de março de 2024 a junho de 2025.

Foram avaliadas 72 doações de plaquetas por aférese. A taxa de inaptidão clínica na triagem foi de 2,78% (contagem plaquetária baixa e lesão de pele infectada). Em relação ao tipo de doação, 81% foram espontânea, 17% primeira vez e 3% reposição. 43 doações foram de doadores fidelizados no período (59,7%). Todas as coletas foram realizadas em bolsas duplas. O intervalo de idade entre os doadores foi de 20 a 59 anos, com predominância do sexo masculino (69%) em relação ao sexo feminino (31%). O tipo sanguíneo mais coletado foi O positivo (49%), seguido de A positivo (26%), A negativo (11%), B positivo (8%), AB negativo (4%), AB positivo (1%). A contagem plaquetária pré-doação variou de 181.000 a 411.000 nos homens e 281.000 a 525.000 nas mulheres. A volemia dos doadores variou de 5187 ml a 7120 ml nos homens e 4059 ml a 4949 ml nas mulheres. Das 70 doações aptas, 59 coletas foram bem-sucedidas. Entre as 11 coletas que não foram concluídas, foram evidenciadas intercorrências clínicas e na máquina de aférese (6% inacessibilidade venosa, 3% baixo fluxo doador, 7% retorno de hemácias no produto final, 1% pico baixo de plaquetas). O valor alvo de rendimento plaquetário foi de 6,0 × 1011 plaquetas por bolsa, que foi alcançado em 100% dos procedimentos bem sucedidos. Os dados revelam as características dos doadores de plaquetas por aférese e destacam as análises sobre o perfil dos doadores, intercorrências de coleta e rendimento plaquetário das bolsas. A análise demonstra o perfil das doações de plaquetas por aférese no Banco de Sangue Dom Bosco, Maringá-PR no período avaliado. Os achados destacam a importância de uma captação eficiente, fidelização dos doadores e processos de pré-triagem e triagem rigorosos. O levantamento de dados oferece subsídios para a gestão de bancos de sangue, permitindo aprimoramento das práticas de triagem e coleta de plaquetas por aférese, contribuindo para a melhoria contínua dos serviços de hemoterapia oferecidos à população.