HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA doação de plaquetas por aférese é um procedimento seguro e eficaz, mas ainda com pouca adesão. Estudar o perfil dos doadores é essencial para embasar estratégias de captação e fidelização, visando a manutenção de estoques adequados e a otimização da oferta desse hemocomponente.
ObjetivosAnalisar o perfil sociodemográfico e clínico dos doadores de plaquetas de um Hospital Federal do Rio de Janeiro, no período de janeiro a dezembro de 2024.
Material e métodosEstudo exploratório, retrospectivo e descritivo sobre doadores de plaquetas que realizaram plaquetaférese na MCS+ em 2024.
DiscussãoDurante o período analisado, foram realizadas 3.644 doações, das quais 135 foram de plaquetaférese (3,75%). A maioria dos doadores era do sexo masculino (84,4%) e média de 2,2 doações por doador em 12 meses. Os grupos sanguíneos mais prevalentes foram O + (59%) e A + (31,1%). Quanto à cor declarada, 72,1% se identificaram como brancos. A maioria era solteira (60,6%) e com nível superior (47,5%). Geograficamente, 36% residiam na Zona Norte. Os dados clínicos médios pré-doação foram: idade 38 anos, peso 86,6 kg, altura 1,75 m, volemia 5610,4 ml, hemoglobina 14,7 g/dl, hematócrito 43,7% e contagem de plaquetas 230.000/mm³. No pós- procedimento, os valores médios foram: 68,5 minutos de coleta, 6,25 ciclos, com alvo de 3,29 × 10¹¹ plaquetas e geração de 1 bolsa por doação. Todas as sorologias foram negativas.
DiscussãoNo período analisado, observou-se predominância do sexo masculino (84,4%) com média de 38 anos. O total de 2,2 doações por doador destaca a importância do agendamento ativo e da criação de vínculo com a instituição como estratégias de fidelização. Os grupos sanguíneos mais prevalentes foram O+ (59%) e A+ (31,1%), refletindo a distribuição nacional. A maioria dos doadores declarou-se branca (72,1%), solteira (60,6%). A prevalência majoritária de superior completo (47,5%), pode indicar um perfil de maior responsabilidade social e cidadã (MOURA, et al.,2006). A concentração nas zonas Norte e Oeste pode estar relacionada à proximidade com o serviço. Clinicamente, apresentaram-se bons parâmetros laboratoriais, como hemoglobina média de 14,7 g/dl e contagem plaquetária de 230.000/mm³, garantindo segurança e eficácia na coleta. A ausência de eventos adversos graves e 100% de sorologias negativas reforçam a segurança da coleta e a eficácia da triagem.
ConclusãoA análise do perfil dos doadores de plaquetaférese evidenciou um público majoritariamente masculino, jovem, com bom nível de escolaridade e parâmetros clínicos favoráveis, garantindo segurança e eficiência ao procedimento. É fundamental incentivar o retorno frequente desses doadores para aumentar a média anual de doações. Os dados obtidos contribuem para o planejamento de ações direcionadas à ampliação da base de doadores regulares e à sustentabilidade da oferta de plaquetas no serviço.
Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Perfil do Doador de Sangue no Brasil. Brasília: MS, 2022.
Carvalho JL, et al. Vantagens e desvantagens da plaquetaférese: uma revisão. Rev Bras Hematol. 2018.
Moura AS, Moreira CT, Machado CA, Neto JAV, Machado MFAS. Doador de sangue habitual e fidelizado: Fatores motivacionais de adesão ao programa. Rev Bras em Promoção da saúde. 2006;(19):61-7.




