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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 2840
Acesso de texto completo
O PARADIGMA DO CUIDAR E O PROGRAMA DE CUIDADOS ESPECIAIS AO ÓBITO
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20
IF Nilson, HBC Chiattone, CVB Moraes, ABA Ferraz, AS Díaz, VA Uezono, MB Lemos
Grupo de Apoio ao Adolescente e a Criança com Câncer (GRAACC), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

Embora a morte seja um processo natural do ciclo vital, a perda de uma pessoa amada é considerada uma das experiências mais desorganizadoras que o ser humano pode vivenciar (Franco, 2010). No contexto hospitalar, o enfrentamento de situações emergenciais e morte torna-se parte da rotina para o Psicólogo Hospitalar, evidenciando a necessidade de ampliação de ações e processos em saúde que possam atender e perceber as demandas mais amplas que ali se realizam. A presença do psicólogo no contexto oncológico tem como objetivo a compreensão do impacto do câncer no funcionamento do paciente, da família e da equipe e do papel das variáveis psicológicas na incidência e na sobrevivência da doença. O óbito na infância, além de representar a perda real e irreversível de uma pessoa amada, também remete a ideia de uma vida que não teria sido cumprida, gerando comoção, incredulidade, perplexidade e uma forte repercussão social.

Objetivos

Este trabalho tem como objetivo apresentar os resultados monitorados do Programa de Cuidados Especiais ao Óbito, desenvolvido pelo Serviço de Psicologia Hospitalar, no período de 2023 a 2025.

Material e métodos

No período de um ano e sete meses, dezembro de 2023 a julho de 2025, foram analisados 86 óbitos na instituição, evidenciando o acompanhamento psicológico em 96,5% dos casos, com o oferecimento de suporte em demandas decorrentes do adoecimento, hospitalização e, principalmente, no pré-óbito. Com relação ao cuidado no momento do óbito, 38,4% dos casos receberam acolhimento da psicologia na ocasião.

Resultados

Outro dado importante referiu-se a que trinta e três (38,4%) desses pacientes também estavam sendo acompanhados pela Equipe de Cuidados Paliativos, o que apontou significativa melhora na relação de cuidados, com adequação na relação médico-paciente-familiares, melhora na comunicação e padrões de relacionamentos e vínculos familiares, favorecedores do processo de luto. Além disso, em sete casos, foi possível a oferta de psicoterapia breve focada no processo pós-óbito e de luto. O dado corrobora com a literatura, que estima que apenas 10 a 20% das pessoas que passaram por uma perda experienciam dificuldades em lidar com o luto, incluindo o desenvolvimento do Transtorno de Luto Prolongado, e se beneficiam de uma intervenção profissional.

Discussão e conclusão

Constatamos que o acompanhamento psicológico durante o tratamento oncológico é imprescindível, sendo possível identificar diversos benefícios do mesmo, principalmente no momento do óbito, onde o Psicólogo deve estar presente, com olhar diferenciado e escuta atenta, validando a história de vida de pacientes e familiares, promovendo a autonomia e dignidade da díade paciente-familiar-acompanhante, em fortalecimento de atmosfera de respeito, conforto, dignidade, suporte e comunicação aberta, influindo de maneira decisiva no controle dos sintomas, na ética e humanizada intenção de proporcionar um modelo de atendimento psicológico que promove a conduta paliativa entre as práticas assistenciais, em exemplo de qualidade e humanização em saúde.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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