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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 2877
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MIODESÓPSIAS COMO PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO DE LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B (LDGCB) PRIMÁRIO DE SISTEMA NERVOSO CENTRAL: RELATO DE CASO
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MG Chavesa, FCL Nunesb, EB Rodriguesc, LV Bittencourtc, RR Pereimac, AC Gentilid, AC Campiollia, L Esmeraldinoa
a Centro de Pesquisas Oncológicas de Santa Catarina (CEPON), Florianópolis, SC, Brasil
b Viver Clínica Médica, Florianópolis, SC, Brasil
c Visium Clínica de Oftalmologia, Florianópolis, SC, Brasil
d Laboratório Imunocore, Florianópolis, SC, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

O LDGCB primário do sistema nervoso central (SNC) é uma neoplasia rara, agressiva e de difícil diagnóstico, sobretudo quando se apresenta com sintomas oftalmológicos isolados.

Descrição do caso

Paciente feminina, 64 anos, hipertensa, pré-diabética, com histórico de correção de catarata e vitrectomia em 2021. Em março de 2024, iniciou com miodesópsias. Evoluiu com cefaleia frontal, déficit de memória e sudorese noturna. Retinografia (25/11/2024) evidenciou turvação vítrea, infiltrados retinianos e atrofia retinocoroidiana em olho direito (OD); olho esquerdo (OE) com leve turvação. Tomografia de coerência óptica (29/10/2024) demonstrou nodularidade na retina externa e pequenos descolamentos do epitélio pigmentar (OD), além de celularidade vítrea (OE). Ressonância magnética (RM) de crânio sem alterações, nesta ocasião. Líquor (21/11/2024) com bioquímica sem alterações e imunofenotipagem com monócitos e linfócitos maduros, sem alterações fenotípicas. Em fevereiro de 2025, evolui com vertigem que motivou busca ao hospital, quando realizou RM encefálica que revelou lesão expansiva no hemisfério cerebelar esquerdo, medindo 3,4 × 2,5 × 2,2 cm, com restrição à difusão, realce homogêneo e edema vasogênico. Ressecada cirurgicamente em 17/02/2025. Anatomopatológico confirmou LDGCB com perfil de células B ativadas (MUM1+, CD10−, Ki67 90%). PET-CT mostrou foco hipermetabólico na fossa posterior esquerda (1 cm, SUV 37,9). Iniciado protocolo R-MV (rituximabe, metotrexato e vincristina) associado a MADIT em ciclos ímpares e aplicação intraocular de Rituximabe e Metotrexate. Após o 3º ciclo, PET-CT demonstrou redução de captação no cerebelo (SUV 12). Após o 6º ciclo, RM evidenciou resposta completa. Paciente evoluiu com resolução dos sintomas visuais e encontra-se internada para transplante autólogo de medula óssea. Miodesópsias são queixas visuais frequentes e inespecíficas, conhecidas popularmente por “moscas volantes”, mas raramente associadas a neoplasias do SNC. Neste caso, a suspeita inicial foi levantada após avaliação oftalmológica detalhada, com achados sugestivos de infiltração retinovítrea. A ausência de alterações no líquor destacou a importância da RM e biópsia para diagnóstico definitivo. A rápida introdução de esquema quimioimunoterápico foi determinante para obtenção de resposta completa. Este caso evidencia a importância do olhar atento do especialista e da abordagem multidisciplinar para diagnóstico precoce e tratamento eficaz em neoplasias do SNC com apresentação atípica.

Conclusão

Miodesópsias como manifestação inicial de LDGCB primário de SNC são raras e desafiadoras. A avaliação integrada entre oftalmologia, neurocirurgia e hematologia, associada ao tratamento precoce, foi essencial para o bom desfecho. O transplante autólogo surge como etapa decisiva na consolidação terapêutica.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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