HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO linfoma folicular de alto risco origina-se de células B anormais e manifesta-se geralmente como linfadenopatias podendo afetar baço, fígado e medula óssea. Trata-se de um linfoma não Hodgkin indolente cujos sinais e sintomas ocorrem com a exacerbação ou progressão da doença e incluem, por exemplo, perda de peso, febre e fadiga. Este relatório apresenta o caso de uma paciente idosa com manifestações nodais e extranodais do linfoma folicular de alto risco em região de cabeça e pescoço.
Descrição do casoMulher indígena, com 86 anos, foi encaminhada à equipe do nosso projeto de extensão em onco-hematologia (Processo: 2025/9673; PROEC-UNESP) para avaliação de lesões bilaterais nos terços médio e inferior de face, região alta do pescoço e mucosa palpebral superior com dois anos de evolução. Durante a anamnese, a paciente relatou ser ex-tabagista, apresentou histórico de depressão e hipertensão e queixou-se de dor leve nas pernas (score: 2; EVA). No exame físico, diversas linfadenopatias bilaterais foram identificadas nas cadeias submentoniana, submandibular e cervical alta. Na região parotídea, em ambos os lados, notou-se um aumento volumétrico indolor medindo aproximadamente 5 cm no maior diâmetro. Além disso, crescimentos nodulares também foram observados bilateralmente nas mucosas palpebrais superiores. Os aspectos clínicos levaram à suspeita de um linfoma não Hodgkin de curso indolente. A biopsia linfonodal foi realizada. Os achados morfológicos associados ao estudo imunohistoquímico foram consistentes com linfoma folicular de baixo grau (grau 1/2). As reações imunohistoquímicas foram negativas para a Ciclina D1 e positivas para CD3, CD20, Bcl2, Bcl6, CD10, CD23, CD5, CD43 e Ki-67. A tomografia por emissão de pósitrons/tomografia computadorizada (PET/CT) demonstrou a atividade da doença em: linfonodos submandibulares e cervicais, parótidas, baço, interior de câmara gástrica, músculo psoas esquerdo e regiões lacrimais, torácicas e adrenais. Após o estadiamento da doença (grau 1/2 FLIP 4 - alto risco), a paciente iniciou o protocolo de tratamento com rituximabe, ciclofosfamida, doxorrubicina e vincristina (R-mini-CHOP). A paciente apresentou resolução parcial das lesões nodais e extranodais em região de cabeça e pescoço após o primeiro ciclo de quimioterapia e será submetida ao segundo ciclo do protocolo R-mini-CHOP.
ConclusãoAtualmente, segue em acompanhamento pelas equipes interdisciplinares vinculadas ao projeto de extensão.




