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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 1391
Acesso de texto completo
LINFOMA COM MANIFESTAÇÃO PRIMÁRIA EM PALATO: RELATO DE CASO E ABORDAGEM ODONTOLÓGICA
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LB Zawadniaka, JL Schusselb, HG de Limab, BE Costaa, RLS Barbosaa, MEDMB Chavesa
a Complexo do Hospital de Clínicas (CHC), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
b Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

Linfomas com apresentação inicial na cavidade oral são raros e, em sua maioria, correspondem a formas extranodais. Embora frequentemente estejam associados a disseminação sistêmica, podem ter origem local, mesmo sem acometimento em outras regiões. Essas lesões, por vezes, apresentam aspecto clínico inespecífico e podem ser confundidas com condições benignas, o que dificulta o diagnóstico precoce. Nesse contexto, o cirurgião-dentista exerce papel fundamental na identificação de sinais clínicos suspeitos, contribuindo para a detecção oportuna e o encaminhamento adequado do paciente. Este relato descreve um caso de linfoma com manifestação primária em palato, ressaltando a relevância da atuação odontológica na abordagem inicial de lesões orais de comportamento atípico.

Descrição do caso

Paciente do sexo feminino, 76 anos, procurou atendimento odontológico relatando aumento de volume em palato há 9 meses, o que dificultava o uso da prótese total superior. Negava dor, referindo apenas discreto desconforto à palpação. Relatava hipertensão controlada, sem outras comorbidades. Ao exame clínico, observou-se aumento volumétrico em palato duro com extensão ao palato mole, superfície lisa e rósea, com vasos telangiectásicos visíveis. A lesão era amolecida, sem sinais de inflamação ou ulceração. Foi realizada biópsia incisional, cujo exame histopatológico indicou processo linfoproliferativo atípico, sugestivo de neoplasia linfóide maligna com recomendação de investigação complementar por imunofenotipagem. Uma nova amostra foi obtida e submetida à citometria de fluxo, que identificou população constituída por 77% de linfócitos B anormais, de grandes dimensões e padrão clonal, compatível com linfoma difuso de grandes células B (LDGCB). Os demais exames laboratoriais apresentaram-se dentro dos valores de referência. Exame de tomografia computadorizada de face e seios paranasais evidenciou espessamento do palato mole (13 mm), porém sem comprometimento ósseo. A paciente foi encaminhada ao hematologista para estadiamento e início do tratamento.

Conclusão

As manifestações orais de linfomas são relativamente raras e, devido à ausência de dor e à apresentação clínica discreta, seu reconhecimento pode ser desafiador. Neste caso, a atuação do cirurgião-dentista foi determinante para a suspeita inicial da malignidade, possibilitando a realização de exames específicos, como biópsia incisional e imunofenotipagem, essenciais para a confirmação diagnóstica. O relato reforça a relevância da atenção odontológica na inclusão de linfomas no diagnóstico diferencial de lesões orais atípicas, bem como na articulação precoce com outras especialidades, favorecendo o manejo multidisciplinar e o prognóstico do paciente.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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