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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 1087
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FARMACODERMIA ASSOCIADA AO USO DE IMATINIBE EM PACIENTE COM LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA
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C Mota Leite Barbosa Monteiro, C Cavalcante de Andrade, J Holanda de Souza, A Telles De Souza Quixadá, F Barroso Duarte
Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A leucemia mieloide crônica (LMC) é uma doença mieloproliferativa clonal da célula-tronco hematopoética caracterizada por uma assinatura genética: a presença do cromossomo Filadélfia (Ph), resultante da translocação recíproca t(9;22)(q34;q11). O gene híbrido assim formado, BCR-ABL, codifica proteínas com atividade de tirosinoquinases que regulam o crescimento celular. Há pouco mais de duas décadas, a utilização dos inibidores de tirosinaquinase (ITQ) revolucionou o tratamento ao modificar sua história natural. O imatinibe foi a primeira droga dessa classe a ser aprovada para a doença e se tornou o tratamento de escolha para fase crônica. Apesar de ser habitualmente bem tolerado, pode desencadear efeitos adversos.

Descrição do caso

Homem de 80 anos, hipertenso e ex-tabagista, recebeu diagnóstico de LMC em fase crônica, Sokal alto risco, ELTS risco intermediário, em abril de 2025, após achado de leucocitose e trombocitose em hemograma, biópsia de medula óssea, MF-1, hipercelular com predomínio das linhagens granulocítica e megacariocítica, cariótipo de medula óssea com t(9;22)(q34;q11) nas 20 metáfases analisadas e PCR BCR-ABL qualitativo positivo para isoforma p210. Iniciou uso de imatinibe 400 mg/dia em maio de 2025. Após 40 dias de uso apresentava resposta hematológica ao tratamento, porém desenvolveu edema em membros superiores e inferiores, além de rash cutâneo em região abdominal, sintomas classificados como grau 2, segundo o CTCAE (Critérios de Terminologia Comum para Eventos Adversos), com demanda de pausa da droga. Após 15 dias, apresentou melhora das queixas com reintrodução da medicação. Depois de dois dias de uso, paciente evoluiu com febre, eritrodermia, vesículas em palmas das mãos e exulcerações dolorosas em membros inferiores, CTCAE grau 3. O imatinibe foi suspenso e foram prescritos corticoide em alta dose, anti-histamínicos e antibioticoterapia para tratamento de infecção secundária das lesões. Após essas medidas, evoluiu com resolução da febre e melhora gradual das lesões cutâneas. Além disso, em exames laboratoriais, desenvolveu leucocitose com neutrofilia e eosinofilia, bem como trombocitose. Apesar de perda de resposta hematológica, manteve-se em fase crônica. Aguarda melhora completa das lesões cutâneas para iniciar tratamento com outro ITQ.

Conclusão

Reações cutâneas estão entre os efeitos adversos mais frequentes relacionados ao imatinibe. Elas incluem: hipopigmentação, hiperpigmentação, melasma, fotossensibilidade, erupção liquenoide, erupção papular exantematosa, edema, eritema, prurido, xerose e alopecia, sendo os mais comuns a hiperpigmentação e o edema periorbital leves. Algumas dessas reações leves se resolvem espontaneamente a despeito da continuidade da droga. Entretanto reações mais graves podem acontecer, como a síndrome de Stevens-Johnson, a síndrome de Sweet e a pustolose exantemática generalizada aguda (PEGA), com necessidade de suspensão medicamentosa. Estão associadas a doses altas de imatinibe (≥ 600 mg/dia), mas não têm relação com o uso prolongado da medicação. Após a sua ocorrência, pode-se tentar realizar o tratamento com outro ITQ, uma vez que essas reações não necessariamente ocorrem com outras medicações da classe.

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Referência:

Khokar A, Malik U, Butt G, Naumeri F. Cutaneous manifestations in chronic myeloid leukemia in chronic phase treated with imatinib. Int J Dermatol. 2019;58(9):1098-101. doi: 10.1111/ijd.14385.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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