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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 2789
Acesso de texto completo
PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES DIAGNÓSTICADOS COM LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA NO HOSPITAL DE URGÊNCIA DE SERGIPE
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32
MS Assisa, CM Coutoa, CM Santosa, BML Silvaa, LPS Santosa, VS Alvesa, JM Santosa, JES Limaa, J Brunowb, DM Schimieguela
a Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão, SE, Brasil
b Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho (HUSE), São Cristóvão, SE, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A leucemia mieloide crônica (LMC) é uma neoplasia hematológica maligna caracterizada pela proliferação clonal das células-tronco pluripotentes causada por uma translocação recíproca entre os braços longos dos cromossomos (9;22) (q34;q11), o que resulta em uma anormalidade citogenética, o cromossomo Philadelphia (Ph1) e no oncogene BCR:ABL, gerando uma oncoproteína com atividade tirosina quinase constitutiva. A LMC pode ser estratificada em três fases: crônica, acelerada e blástica. O tratamento baseia-se em hidroxiureia para citoredução inicial, seguida de um inibidor de tirosina quinase (ITK), como imatinibe, nilotinibe, dasatinibe.

Objetivos

Este trabalho teve como objetivo caracterizar o perfil clínico-epidemiológico de pacientes com LMC atendidos no Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE).

Material emétodos

Foi realizado um estudo descritivo observacional retrospectivo, empregando a coleta de dados de prontuários médicos de pacientes com o diagnóstico de LMC no HUSE, no período de 2002 a 2025. Em um questionário semiestruturado foram coletados: idade, sexo, data de nascimento, tempo médio do diagnóstico ao tratamento, sinais e sintomas na primeira consulta, hemograma no diagnóstico e BCR:ABL qualitativo (RT-PCR).

Resultados

Foram avaliados 69 pacientes adultos com LMC em uso de imatinibe. A idade média foi de 47,8 anos (19–85), com predominância do sexo feminino (53,6%). Todos encontram-se na fase crônica. O BCR:ABL identificou 68 pacientes (98,6%) com p210 e um (1,4%) com p190. No hemograma ao diagnóstico, a hemoglobina apresentou média de 11,0 g/dL (6,3–14,3), plaquetas 423.145/µL (139.000–1.344.000) e leucócitos 146.004/µL (18.000–533.440). Os sinais e sintomas mais comuns na primeira consulta foram esplenomegalia (53,6%), perda ponderal (26,7%), febre (11,6%) e 21,7% eram assintomáticos. Apenas cinco pacientes não utilizaram hidroxiureia previamente ao início do imatinibe, e 65 (92,7%) permanecem em tratamento com ITK. O tempo médio entre o diagnóstico e o início do tratamento foi de 31,0 dias.

Discussãoconclusão

A média de idade foi semelhante à descrita na literatura, com predomínio de adultos jovens e idosos. A maior presença da fase crônica no diagnóstico está em conformidade com dados da literatura. A expressão gênica mais dominante foi a p210 que está alinhada com outros estudos sobre LMC. Em relação aos parâmetros hematológicos, a média de hemoglobina foi discretamente inferior à reportada em alguns estudos, todos os pacientes tiveram trombocitose (três pacientes com plaquetas acima de 1.000.000/uL), e leucocitose compatível com o perfil proliferativo da LMC. Os sinais e sintomas mais prevalentes foram esplenomegalia, perda de peso e febre o que reforça a importância da investigação laboratorial, já que parte significativa dos pacientes é diagnosticada durante exames de rotina.Observou-se predominância da fase crônica no diagnóstico, alta frequência da expressão gênica p210 e número relevante de pacientes assintomáticos. A heterogeneidade nos parâmetros hematológicos e nas manifestações clínicas evidencia a importância do rastreamento laboratorial e da detecção precoce para iniciar a terapêutica com ITK.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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