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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 1419
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ENDOFTALMITE SECUNDÁRIA À BACTEREMIA POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTE À METICILINA EM PACIENTE COM RECIDIVA DE MIELOMA MÚLTIPLO: UM DESAFIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO
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26
C Biavaschia, E Thoméa, R Sallesb, G Thoméa, V Lettia, MG Bacedoa, B Vogelc, H Remusc, T Cavalheiroc
a Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul, RS, Brasil
b Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil
c Universidade Franciscana, Santa Maria, RS, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

O mieloma múltiplo (MM) é uma neoplasia hematológica maligna caracterizada pela proliferação de plasmócitos anômalos e produção de imunoglobulinas monoclonais. Sua recidiva compromete a imunidade humoral, predispondo a infecções graves. A endoftalmite infecciosa secundária à disseminação hematogênica é rara, mas potencialmente devastadora.

Descrição do caso

Homem, 63 anos, hipertenso, dislipidêmico, ex-tabagista, com histórico de fratura lombar e tratamento de MM há 7 anos. Em dezembro de 2024, procurou atendimento com dor em arcos costais. Tomografias mostraram colapsos vertebrais e fraturas compressivas. Internado para controle da dor, a eletroforese de proteínas confirmou recidiva do MM. Após alta e programação de nova quimioterapia, retornou dois dias depois com cefaleia intensa, hemorragia conjuntival e amaurose à direita. Avaliação oftalmológica indicou proptose e secreção purulenta, sugerindo endoftalmite. Iniciou-se Cefepime endovenoso (EV), Ciprofloxacino tópico e corticoides. Com piora clínica, ressonância magnética e ultrassonografia ocular mostraram comprometimento vítreo, celulite orbitária e suspeita de pseudotumor. Hemocultura isolou MRSA. O tratamento foi ajustado para Linezolida e Voriconazol EV. Sem resposta, realizou-se evisceração com implante de Millis. A cultura intraocular confirmou MRSA, indicando disseminação hematogênica. O esquema foi trocado para Vancomicina EV (MIC < 0,5), com manutenção do ciprofloxacino tópico. Evoluiu com melhora e alta para seguimento em hematologia e oftalmologia. O mieloma mútiplo (MM) recidivado prejudica a resposta imune, facilitando infecções oportunistas graves. A endoftalmite hematogênica por MRSA é rara e agressiva, com risco elevado de perda ocular. A necessidade de evisceração precoce reforça a importância do reconhecimento rápido da condição e do manejo antimicrobiano adequado. Este caso destaca a relevância do acompanhamento multidisciplinar em pacientes imunossuprimidos.

Conclusão

A recidiva do mieloma múltiplo pode cursar com complicações infecciosas graves, como a endoftalmite hematogênica. O diagnóstico precoce e o tratamento direcionado são essenciais para evitar desfechos adversos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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