HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA triagem sorológica em doadores de sangue constitui um procedimento indispensável para a segurança transfusional, atuando como medida preventiva contra a transmissão de agentes infecciosos, incluindo vírus como HIV, hepatites B e C, Treponema pallidum, HTLV e Trypanosoma cruzi. Diante da crescente demanda por sangue seguro, a implementação de protocolos eficientes e tecnicamente validados é essencial para mitigar os riscos associados à transfusão, assegurando a qualidade do sangue destinado ao uso clínico.
ObjetivosAnalisar as estratégias metodológicas e a efetividade da triagem sorológica em doadores de sangue, evidenciando sua contribuição para a prevenção de infecções transmissíveis por transfusão.
Material e métodosTrata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura, realizada nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PubMed e SciELO, utilizando os descritores indexados nos sistemas DeCS e MeSH “doadores de sangue” e “segurança transfusional”, e as palavras-chave “triagem sorológica” e “infecções transmissíveis por transfusão”. Os critérios de inclusão contemplaram artigos originais publicados entre 2014 e 2024, nos idiomas português, inglês e espanhol, com acesso ao texto completo. Foram excluídos estudos duplicados, relatos de casos e publicações sem enfoque específico na triagem sorológica. Foram encontrados 122 artigos e após aplicação dos critérios, 13 estudos foram selecionados para análise qualitativa e síntese integrativa.
DiscussãoA análise dos estudos evidencia que a triagem sorológica, fundamentada em testes diagnósticos validados e aplicada segundo protocolos padronizados, apresenta eficácia comprovada na detecção de marcadores infecciosos em doadores, reduzindo significativamente a incidência de transmissões transfusionais. A adoção de metodologias complementares, como a reação em cadeia da polimerase para detecção de ácidos nucleicos (NAT), aliada à capacitação técnica contínua das equipes e à realização de entrevistas clínicas detalhadas, potencializa a sensibilidade e especificidade dos processos diagnósticos. No entanto, a heterogeneidade dos recursos tecnológicos e das políticas de triagem entre diferentes instituições e regiões compromete a uniformidade da prática e a garantia da qualidade transfusional em escala nacional e internacional. A triagem sorológica configura-se como um componente crítico da biossegurança hemoterápica, mitigando os riscos inerentes à transfusão sanguínea e promovendo a proteção do receptor. A integração de tecnologias diagnósticas avançadas, aliada à padronização rigorosa dos protocolos e ao investimento na capacitação multiprofissional, emerge como estratégia indispensável para a superação das disparidades estruturais e regionais. Entretanto, persistem desafios relativos à adaptação dos protocolos às especificidades locais, demandando flexibilidade sem comprometer os parâmetros de qualidade e segurança.
ConclusãoA triagem sorológica, quando realizada com metodologias sensíveis e protocolos bem estruturados, constitui ferramenta essencial para a prevenção de infecções transmissíveis por transfusão. O fortalecimento dos sistemas hemoterápicos, mediante incorporação de tecnologias inovadoras, normatização rigorosa e cooperação internacional, é imprescindível para garantir a biossegurança, a qualidade e a equidade no fornecimento de sangue, consolidando-se como uma política de saúde pública eficaz e sustentável.




