HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA doação de sangue é um ato voluntário e altruísta, essencial para abastecimento dos estoques dos serviços hemoterápicos e manutenção da saúde pública. Apesar das novas tecnologias e terapias complementares para manejo das anemias e sangramentos, existem situações onde são necessários o uso de sangue e seus componentes. Estima-se que sejam necessárias de 10 a 40 doações (bolsa coletada) para cada 1000 habitantes por ano (BRASIL, 2017). A Hemorrede Estadual, criada no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo pelo Decreto n° 32.849/1991, é responsável pelo desenvolvimento de ações nas áreas de Hematologia e Hemoterapia. Desde 2005, integra a Coordenadoria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos de Saúde (Decreto n° 49,343/2005), com a atribuição de controlar as atividades hemoterápicas em todo o Estado. A rede estadual é composta por 6 Hemocentros Estaduais, 2 Hemonúcleos privados que atendem SUS, 1 Hemocentro Federal, 43 Núcleos de Hemoterapia, 26 Unidades de Coleta e Transfusão, 14 Unidades de Coleta, 398 Agências Transfusionais e 2 Centrais de Triagem Laboratorial de Doadores. Os Serviços estão distribuídos estrategicamente para atender instituições públicas, privadas e privados que atendem ao SUS, de acordo com os níveis de complexidade.
ObjetivosMapear as unidades hemoterápicas do Estado de São Paulo e monitorar a produção de hemocomponentes no período analisado.
Material e métodosEstudo de produção realizado pela Hemorrede Estadual/CCTIES com dados extraídos do Sistema de Informação dos Serviços Hemoterápicos - SISHEMO, referentes ao período de 1° de janeiro de 2023 a 31 dezembro de 2024.
Discussão e conclusão
RESULTADOSEntre os anos de 2023 e 2024 foram triados 2.376.245 candidatos à doação de sangue, dos quais: 332.269 (14%) foram considerados inaptos na triagem clínica; 4.637 (0,2%) desistiram da coleta após considerados aptos; 29.990 (1,3%) tiveram a coleta interrompida. No total, foram coletadas 2.006.182 unidades de hemocomponentes, sendo: 1.932.709 unidades de sangue total (96,3%); 9.427 unidades de concentrado de hemácias por aférese (0,47%); 56.747 unidades de concentrado de plaquetas por aférese (2,83%); 7.080 unidades de aférese de hemácias e plaquetas (0,35%); 219 unidades de aférese de granulócitos/agranulócitos (0,01%). Quanto às perdas, foram descartadas 1.560.756 unidades (77,8% do total coletado), distribuídas da seguinte forma: 479.375 (30,7%) por validade vencida; 58.894 (3,8%) por sorologia positiva; 58.872 (3,8%) por não conformidade no controle de qualidade interno; 30.703 (2,0%) por sistema aberto; 22.205 (1,4%) por armazenamento inadequado.
CONCLUSÃOOs serviços hemoterápicos do Estado de São Paulo estão estrategicamente distribuídos para atender à demanda de hemocomponentes. No entanto, a taxa de descarte elevada — especialmente por validade vencida — indica a necessidade de reavaliar os processos de produção e logística, aprimorar o planejamento de coletas e reforçar o treinamento das equipes para reduzir perdas relacionadas a armazenamento, transporte e controle de qualidade.
ReferênciasSÃO PAULO. Decreto Estadual n° 32.849, de 23 de janeiro de 1991. São Paulo: Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. SÃO PAULO. Decreto Estadual n° 49.343, de 24 de janeiro de 2005. São Paulo: Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. BRASIL. Ministério da Saúde. Critérios e Parâmetros Assistênciais SUS. 2017.




