HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) autólogo é um tipo de procedimento em que é eliminado o sistema hematopoiético e imune do paciente através da infusão de quimioterápicos em alta dose, e posteriormente, substituído por uma porção de células-tronco pluripotentes previamente coletadas do próprio paciente. Os diagnósticos de enfermagem (DE) estabelecidos nesse contexto, servem como ferramentas úteis para guiar o raciocínio clínico e a tomada de decisão, qualificando a assistência prestada. Eles formam a base para a seleção de intervenções de enfermagem. Os DE de risco representam um potencial para deteriorar, ou seja, demonstram a suscetibilidade de um indivíduo de desenvolver uma resposta humana indesejável à condição de saúde.
ObjetivosIdentificar os DE mais prevalentes utilizados no TCTH autólogo em Pediatria.
Material e métodosEstudo descritivo, com relato de experiência de enfermeiras de um hospital universitário do sul do país, com avaliação dos TCTH autólogos pediátricos, de maio de 2024 a maio de 2025, em uma unidade de Oncologia Pediátrica.
ResultadosNo período analisado, foram realizados nove TCTH autólogos. A idade dos pacientes variou de 1 a 14 anos, enquanto o tempo de internação foi em média 41,4 dias. Sete pacientes eram do sexo masculino e dois pacientes eram do sexo feminino. Cinco pacientes foram transplantados por neuroblastoma e quatro por meduloblastoma. Os diagnósticos de enfermagem mais prevalentes foram risco de infecção, risco de queda, risco de sangramento e nutrição desequilibrada.
DiscussãoOs resultados deste estudo evidenciam que o TCTH Autólogo em pediatria exige cuidados de enfermagem altamente especializados, considerando a complexidade do procedimento e a vulnerabilidade da população atendida. A prevalência dos diagnósticos de enfermagem identificados – risco de infecção, risco de queda, risco de sangramento e nutrição desequilibrada – está diretamente relacionada ao processo de mieloablação induzido pela quimioterapia em altas doses e à imaturidade do sistema imunológico em crianças. Esses achados corroboram a literatura, que aponta tais riscos como comuns no período pós-transplante, especialmente na fase de aplasia medular. O diagnóstico de risco de infecção, o mais frequente, destaca a importância das medidas de precaução e isolamento protetor, além do monitoramento contínuo de sinais e sintomas sugestivos de infecções oportunistas. O risco de queda e de sangramento também são esperados, tendo em vista a fadiga extrema, plaquetopenia e outras alterações hematológicas decorrentes do tratamento. Já o diagnóstico de nutrição desequilibrada reflete os efeitos colaterais da quimioterapia, como náuseas, vômitos e mucosite, que impactam diretamente a ingestão alimentar e o estado nutricional da criança.
ConclusãoA atuação da equipe de enfermagem é fundamental para a prevenção e manejo desses riscos, sendo essencial o uso de protocolos clínicos, vigilância constante e intervenções individualizadas. A identificação precoce e sistematizada dos diagnósticos de enfermagem permite não apenas um cuidado mais seguro e eficaz, mas também contribui para melhores desfechos clínicos e qualidade de vida dos pacientes pediátricos submetidos ao TCTH autólogo.




