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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 1691
Acesso de texto completo
DESCRIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA MORTALIDADE POR TRANSTORNOS FALCIFORMES NO BRASIL (2013-2023)
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JVS Valadares, MLB Neto, CC Lima, BJP Rabello, RS Giuliano, VLF Santos, HCL Filho, SC Oliveira, NBA Miranda
Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

Os Transtornos Falciformes são um conjunto de alterações de origem genética e hereditária – herança recessiva –, as quais são ocasionadas por mutações no gene responsável por produzir a hemoglobina. Ao invés de se produzir normalmente a hemoglobina A (HbA), é produzida a hemoglobina S (HbS), a qual, em situações de estresse, sofre polimerização e assume um formato anormal alongado, semelhante a uma “foice”, causando prejuízos em sua funcionalidade. Ressalta-se que a hemoglobina fetal (HbF), produzida em grande proporção nos primeiros meses de vida, é um fator protetor capaz de inibir o processo de polimerização. Quando se fala na prevalência dos Transtornos Falciformes, a sua distribuição ocorre de maneira muito diversa no Brasil, devido ao fator genético predisponente em indivíduos com ascendência africana. Assim, o entendimento do perfil epidemiológico das mortes por esses transtornos é relevante para buscar maneiras de reduzir o número de óbitos e melhorar a qualidade de vida nos grupos populacionais mais afetados.

Objetivos

Analisar a descrição epidemiológica das taxas de mortalidade por Transtornos Falciformes (CID 10 – D57), entre os anos de 2013 a 2023, no Brasil, com o objetivo de compreender os principais fatores correlacionados a essa mortalidade.

Material e métodos

Este é um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, utilizando como fonte de dados o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), acessível na plataforma DATASUS. A seleção dos dados foi feita por meio da tabulação das principais variáveis epidemiológicas disponíveis, como sexo, faixa etária, cor/raça e mortes por região, abrangendo o período de janeiro de 2013 a dezembro de 2023.

Discussão e conclusão

Resultados: No Brasil, houve um total de 5.198 mortes por Transtornos Falciformes, no espaço temporal analisado. Em relação ao sexo, a diferenciação foi percentualmente pequena, sendo que 50,26% foram do sexo masculino e 49,73% do sexo feminino. Além disso, a mortalidade concentrou-se em indivíduos com idade entre 20 e 59 anos (72,18%). Na faixa etária menor que 1 ano, a mortalidade correspondeu a 2,09% do total e representou a faixa etária com menor número de mortes. Quanto ao aspecto cor/raça, houve destaque para a cor/raça parda (52,44%) e preta (26,99%), seguida pela branca (16,35%) e um pequeno percentual de mortes para amarela e indígena juntas (0,46%). Em 195 óbitos, a cor/raça foi ignorada. Dentre as regiões do país, sudeste e nordeste somaram 79,66% das mortes, enquanto a região sul representou a menor porcentagem (4,27%).

Discussão

A partir dessa descrição epidemiológica, foi possível estabelecer que a mortalidade por Transtornos Falciformes no Brasil seguiu dois parâmetros principais relacionados aos seus aspectos fisiopatológicos relatados na literatura científica. Em primeiro lugar, a relação inversa da mortalidade com a produção de hemoglobina fetal nos primeiros meses de vida, fator protetor. Em segundo lugar, a alta prevalência em populações afrodescendentes, confirmando a predisposição genética relacionada ao aspecto cor/raça.

Conclusão

Diante do exposto, é necessária mobilização para diagnosticar precocemente e promover as condutas adequadas, com a finalidade de reduzir a mortalidade. Deve-se, também, intensificar os esforços para a promoção em saúde na população negra, a mais afetada pelos Transtornos Falciformes devido ao seu aspecto hereditário.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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