Compartilhar
Informação da revista
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 70
Acesso de texto completo
DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO DO ANTICORPO ANTI-CHIDO/RODGERS - HOSPITAL DE BASE DE BAURU - FAMESP - HEMONÚCLEO
Visitas
14
PS Polidoro de Lima, TCd Freitas, CM Soares Assato, MA Catto, MT Cardoso, MN Garcia, TAA Fagnani, TMdC Frigo, ACE Maciel, RdSB Nakamura
Hospital de Base de Bauru, Faculdade Método de São Paulo (FAMESP), Bauru, SP, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

Mais dados
Introdução

O sistema de grupo sanguíneo Chido/Rodgers, designado pela ISBT, recebeu esse nome com base nos dois primeiros anticorpos identificados: anti-Chido (Ch) e anti-Rodgers (Rg), descritos em 1967 e 1976. Os antígenos Ch e Rg não são componentes estruturais da membrana eritrocitária; na verdade, são epítopos presentes no quarto componente do complemento (C4) e aderidos à superfície dos eritrócitos por adsorção plasmática. Atualmente, o sistema Chido/Rodgers é composto por nove antígenos de alta prevalência na população sendo sensíveis à ação das enzimas ficina e papaína,se mantendo resistentes ao tratamento com DTT, podendo ser neutralizado por plasma. Os anticorpos anti-Ch e anti-Rg pertencem majoritariamente à classe IgG e, apesar de não serem considerados de importância clínica, eles se apresentam com padrões de reatividade variáveis. Essa característica dificulta a sua identificação e/ou a identificação de anticorpos com significado clínico que podem estar presentes. Técnicas sorológicas complementares, como o tratamento enzimático e o teste de neutralização plasmática, são ferramentas importantes na diferenciação desses anticorpos e na exclusão de aloanticorpos relevantes. O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência de identificação de anticorpos anti-Ch/Rg na rotina transfusional, contribuindo para a segurança do paciente e a efetividade da terapia transfusional.

Descrição do caso

Paciente do sexo masculino, 86 anos, com histórico transfusional diagnosticado com neoplasia benigna no coração. Solicitação de reserva cirúrgica de 03 Concentrados de Hemácias (CH). A amostra do paciente foi encaminhada ao laboratório de Imuno- hematologia, foram realizadas os testes pré- transfusionais com os seguintes

resultados

O RhD (R2r) Fyª-, K-, N-, testes de antiglobulina direta e autocontrole negativos, pesquisa e identificação de anticorpos apresentaram pan-aglutinação com reatividade variável de 2+ e 3+ na metodologia em gel. As provas de compatibilidades foram realizadas com CH fenótipos compatíveis, apresentando reatividade semelhante (2+ e 3+). Ao utilizar enzima papaína para identificação de anticorpos, o resultado foi negativo, levando a suspeita da presença de anticorpo contra antígeno do Sistema Ch/Rg. Sendo assim, foi realizada uma neutralização com um pool de seis plasmas de doadores AB, o que resultou negativo, confirmando a presença de anti-Ch/Rg e descartando a possibilidade de outros aloanticorpos anticorpos. O paciente recebeu uma unidade de CH fenótipo compatível, sem apresentar reações adversas a transfusão. Os exames pós transfusionais demonstraram elevação dos índices hematimétricos, indicando resposta terapêutica adequada.

Conclusão

Os anticorpos anti-Ch/Rg não possuem relevância clínica significativa, no entanto, a identificação precisa desses anticorpos é fundamental, já que sua reatividade pode variar e mascarar a presença de aloanticorpos clinicamente relevantes. Por isso, a utilização de técnicas complementares, como o uso de enzimas proteolíticas e a neutralização plasmática, são indispensáveis para esclarecer os achados sorológicos e assegurar uma transfusão segura ao paciente.

Referências

HARMENING, Denise. Técnicas modernas em banco de sangue e transfusão. Tradução de Andréa Ribeiro Soares, Eliana Bars, Sandra Maria Mallmann da Rosa. 6. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2015.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas