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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 1176
Acesso de texto completo
DESENVOLVIMENTO DE UM FLUXOGRAMA INTERNO PARA RESOLUÇÃO MOLECULAR DE DISCREPÂNCIAS NA TIPAGEM RHD: UMA ESTRATÉGIA PARA AGILIDADE DIAGNÓSTICA E REDUÇÃO DE CUSTOS
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NM Silva, FRM Latini, A Cortez, CP Arnoni
COLSAN - Associação Beneficente de Coleta de Sangue, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

As discrepâncias sorológicas no sistema RhD representam desafios significativos na prática laboratorial, especialmente devido à grande quantidade de variantes D fraco, D parcial e Del. A correta elucidação desses casos é essencial para garantir a segurança transfusional e prevenir aloimunizações. No entanto, a ausência de protocolos padronizados para a investigação molecular dessas discrepâncias resulta em processos mais demorados e com menor eficiência.

Objetivos

Desenvolver um fluxograma interno para a investigação molecular de discrepâncias no sistema RhD, com foco na otimização do tempo, padronização dos processos e redução de custos laboratoriais.

Material e métodos

Foram incluídas no estudo 60 amostras de doadores de sangue selecionadas no período de jan/2023 a dez/2024 com discrepâncias na tipagem RhD ou com tipagem inconclusiva. Foram analisados dados sorológicos do equipamento automatizado Neo Immucor, incluindo reatividade na tipagem RhD (aglutinação em microplaca) e no teste confirmatório (fase sólida) e a fenotipagem RhCE. Os testes moleculares necessários para conclusão de cada amostra e os genótipos encontrados foram listados e correlacionados com os dados sorológicos. A partir desse levantamento, definiram-se critérios técnicos para a construção do fluxograma.

Resultados

O genótipo RHD*01N.01 foi detectado em 23 amostras (38,3%). Todas essas amostras apresentaram resultado inconclusivo na doação atual, com reatividade muito fraca no teste confirmatório e foram concluídas com uma reação de multiplex. Doadores caracterizados como D fraco tipo 38 e D fraco/parcial tipo 11 foram identificado em 23 amostras (38,3%) e 8 amostras (13,3%) respectivamente. Todas as amostras tinham o fenótipo Ccee e apresentaram resultado negativo na tipagem RhD em microplaca e positivo fraco no teste confirmatório. As 6 amostras (10%) restantes apresentaram reatividade fraca na microplaca e foram concluídas com sequenciamento dos exons do gene RHD, com exceção de 2 amostras concluídas com PCR-RFLP que foram classificadas como D fraco tipo 1 (C+) e D fraco tipo 2 (E+). O Fluxograma proposto: 1. Amostras com resultado negativo em microplaca, inconclusivo com baixa reatividade em fase sólida e fenotipagem C-E-: Multiplex intron4/Exon7. Resultado positivo segue para sequenciamento. 2. Amostra com resultado negativo em microplaca, inconclusivo ou positivo em fase sólida e fenotipagem C+: PCR-RFLP para D fraco tipo 38 e 11. Exclusão de ambas variantes, seguir para sequenciamento. 3. Amostra com positivo fraco em microplaca e fenotipagem C+ ou E+: seguir para PCR-RFLP para D fraco tipo 1 e 3 ou PCR-RFLP para D fraco tipo 2 respectivamente. Amostras que não se enquadram nos perfis acima seguir para sequenciamento de DNA. O modelo demonstrou-se efetivo para a elucidação de 91,67% dos casos utilizando apenas os testes PCR-RFLP e Multiplex, sendo necessária a genotipagem completa por sequenciamento em apenas 8,33% dos casos.

Discussão e conclusão

Os resultados obtidos demonstram que a aplicação do fluxograma proposto, utilizando inicialmente PCR-RFLP e PCR Multiplex, é suficiente para elucidar a maioria dos casos de discrepâncias no sistema RhD, reduzindo a necessidade do sequenciamento completo, que apresenta maior custo e demanda técnica. A alta frequência do D fraco tipo 38 (38,3%) reforça a importância de sua triagem molecular, uma vez que sua detecção sorológica nem sempre é consistente, podendo impactar na classificação do fenótipo RhD.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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