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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 717
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DESAFIOS DA TRIAGEM CLÍNICA EM DOADORES COM BAIXA ESCOLARIDADE: UMA ABORDAGEM PRÁTICA EM NOVA IGUAÇU
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32
LCRM da Silva, RR Aguiar
Grupo GSH, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A triagem clínica é uma etapa essencial na qualidade e no processo de doação de sangue, sendo o formato de abordagem do questionário e o acolhimento do doador pelo triador uma estratégia diferenciada, especialmente quando se trata de um público diverso. Esse contexto exige ações estruturadas para garantir que a triagem ocorra de forma clara, ética e assertiva, reduzindo frustrações, recusas e inaptidões desnecessárias.

Objetivos

Este estudo teve como objetivo analisar os desafios enfrentados por um banco de sangue privado que atua em serviço público na cidade de Nova Iguaçu (RJ), especialmente quanto à triagem clínica de candidatos à doação. O foco foi compreender o impacto da baixa escolaridade na elegibilidade dos doadores, identificar falhas no processo e implementar melhorias na comunicação entre triador e doador, promovendo maior segurança transfusional.

Material e métodos

A pesquisa foi conduzida entre julho de 2023 e julho de 2024, com abordagem qualitativa e quantitativa, por meio de análise retrospectiva dos registros de inaptidões (temporárias e definitivas), reuniões com a equipe técnica e revisão das triagens clínicas em sistema informatizado. Também foram avaliadas semanalmente as causas de inaptidão, com feedback individualizado às triadoras. A equipe manteve sua composição ao longo do período, o que favoreceu a avaliação da evolução profissional e da condução das entrevistas clínicas. Foram adotadas estratégias como: a revisão e padronização da linguagem das perguntas da triagem; Treinamentos semanais com foco em clareza e consistência; Elaboração de material educativo online e impresso com os critérios básicos de doação; Compartilhamento mensal dos principais motivos de inaptidão com a equipe de captação; Pré-orientação dos candidatos antes de ações externas e caravanas de doadores.

Resultados

Foi observado que grande parte dos candidatos à doação apresentava dificuldade de compreensão dos critérios de elegibilidade, especialmente sobre ISTs, uso de medicamentos e histórico de saúde. Ao longo do ano, houve uma evolução significativa na segurança e habilidade das triadoras. A análise semanal das inaptidões possibilitou identificação precoce de inconsistências, falhas de comunicação e ajustes no processo. Reduziu-se a taxa de erros de inaptidão e melhorou-se a assertividade da entrevista clínica. A integração entre triagem e captação também permitiu que os doadores fossem mais bem orientados previamente, diminuindo frustrações e recusas.

Discussão e conclusão

O perfil sociocultural da população atendida influencia diretamente na triagem clínica. A baixa escolaridade impõe o desafio de comunicação efetiva, exigindo do profissional da triagem uma abordagem clara, objetiva e acolhedora. A manutenção da equipe favoreceu a padronização e o crescimento técnico das triadoras, e a análise contínua dos dados permitiu intervenções pontuais e educativas. A atuação integrada entre setores promoveu um processo mais humanizado e eficaz. A experiência demonstra que a qualificação contínua da equipe, associada a estratégias educativas e à análise constante dos dados, é fundamental para melhorar a triagem clínica em populações com baixa escolaridade. A comunicação eficaz e a atuação conjunta entre triagem e captação são determinantes para reduzir inaptidões desnecessárias, aumentar a satisfação do doador e garantir a segurança transfusional.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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