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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 667
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DESAFIO ÉTICO E TERAPÊUTICO: ATUAÇÃO DA EQUIPE FRENTE À RECUSA DE TRANSFUSÃO
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EM Manes, AF Billo, JM Souza, AS Tavares, CA Mesquita
Hospital Federal Servidores do Estado (HFSE), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A transfusão de sangue é um recurso terapêutico importante, porém, pode conflitar com a autonomia de pacientes que, por razões religiosas, como no caso das testemunhas de Jeová, recusam esse tipo de tratamento. Essa situação exige dos profissionais preparo técnico e sensibilidade ética para adotar as alternativas seguras à transfusão.

Descrição do caso

Trata-se de um estudo de caso ocorrido numa unidade hospitalar de grande porte no Rio de Janeiro, no qual uma paciente, com indicação de cirurgia de proctologia, movida por suas crenças, recusa ser submetida à cirurgia devido à possibilidade de transfusão de sangue, mesmo que esta decisão coloque sua vida em risco. A Unidade vivenciou uma sensibilização dos profissionais médicos em relação à otimização do recurso de sangue e seus componentes, como descrito no PBM (Patient Blood Management), estimulando a implementação de um novo TCLE onde consta informações quanto aos procedimentos e necessidade de autorização pelos pacientes, incluindo seus riscos e opções disponíveis ao procedimento, assim como a elaboração de protocolos com alternativas à transfusão A constituição garante que todos os cidadãos autônomos e capazes de tomar decisões sobre sua saúde possam decidir sobre quais tratamentos desejam se submeter, claro que mediante a explicação das necessidades e riscos que o mesmo enfrentará. Sendo assim, as testemunhas de Jeová, religião conhecida pela sua convicção que a transfusão sanguínea contraria ao que eles entendem como regra de fé bíblica, desafia a comunidade médica em termos de consciência sobre a própria discussão em si: salvar a vida está acima do direito da pessoa de escolher e também desafia novas pesquisas para tratamentos alternativos à transfusão: melhora na homeostasia do paciente, uso de eritropoietina, otimização da produção pré-operatória de glóbulos vermelhos com uso de suplementos de ferro.

Conclusão

A transfusão é um procedimento que possui riscos, portanto “a transfusão boa é aquela que não acontece”. Nesse contexto, faz-se necessário, na Unidade de saúde, um trabalho contínuo para a sensibilização e educação dos profissionais, especialmente o médico, que é o prescritor, quanto às alternativas disponíveis à transfusão, a fim de não só otimizar o recurso, como minimizar seu risco, respeitando as escolhas dos pacientes, como no caso as testemunhas de Jeová. Além de garantir o respeito à autonomia, essa abordagem contribui para a otimização dos recursos hemoterápicos e para a promoção do uso racional do sangue. Ressalta-se ainda que tais estratégias devem ser estendidas a todos os pacientes, e não apenas àqueles que recusam transfusões por motivos religiosos, consolidando uma prática clínica mais segura, ética e baseada em evidências.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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