HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA Lesão Pulmonar Aguda Relacionada a Transfusão (TRALI), é uma reação transfusional aguda, caracterizada por infiltrado pulmonar bilateral agudo que ocorre durante a transfusão ou até seis horas após sua realização. Caracterizada pela presença de dispneia; hipotensão; taquicardia, febre e evidentes achados radiológicos com infiltrado pulmonar bilateral, sem evidência de sobrecarga circulatória. Os mecanismos fisiopatológicos podem ocorrer por anticorpos imunes mediados e o restante por mecanismo não imune. Em relação às comorbidades, que sugerem fatores de risco para a TRALI, temos a ventilação mecânica; sepse; transfusão maciça; revascularização miocárdica e doença hepática avançada. Os pacientes críticos na Unidade de Terapia Intensiva, possuem alta incidência para TRALI, por apresentarem nas manifestações clínicas ativação dos neutrófilos ao nível pulmonar. Este relato demonstra um caso de TRALI em ambiente hospitalar em que a suspeita da reação definiu a interação da Agência Transfusional e o Hemocentro, com o objetivo de demonstrar a importância da suspeição das reações transfusionais nos pacientes críticos e a interação dos Serviços de Hemoterapia.
MetodologiaAvaliação clínica e laboratorial com revisão do prontuário, acompanhada de análise de literatura.
ResultadosMulher, 76 anos, internada em UTI por COVID-19 grave com Sepse; IRC Agudizada; Infarto Agudo do Miocárdio recente pós-covid; em ventilação mecânica e uso de drogas vasoativas. Indicado transfusão de Concentrado de Plaquetas devido sangramento difuso de mucosas (contagem de plaquetas: 48.000 mm/m3). Após 10 minutos do início da transfusão, observado súbita dessaturação de oxigênio, hipotensão e taquicardia. (Sat. 70%, PA: 80×30 mmhg; FC: 130 bpm) sem relato de febre durante o evento. Após 2 horas, Sat: 87, PA: 140×30; FC: 123 bpm. Após 4 horas Sat: 94%; PA-: 151×48; FC: 101; retornando aos parâmetros basais após aumento das drogas vasoativas e novo ajuste para suporte ventilatório. Para investigação da Agência Transfusional, orientado realização de RX de tórax; Hemocultura do paciente e exame NT-Pro BNP. O Rx de tórax foi realizado com ausência de infiltrados novos e sem evidência de sobrecarga circulatória. Quadro clínico recuperado em 4 horas sem evidências de alterações nos demais exames. Instaurado um processo de Retro vigilância pelo Hemocentro, após o recebimento do POOL de Plaquetas envolvido na reação transfusional, para doadores implicados na suspeita de Trali da receptora.
DiscussãoOs fatores de risco do paciente crítico associado à reação transfusional aguda, do tipo TRALI apresentadas por infiltrado pulmonar bilateral e hipoxemia provavelmente são reconhecidos pelo choque circulatório; elevação de marcadores inflamatórios devido as comorbidades. Embora o diagnóstico clínico de Trali permanece sem necessidade de detecção de anticorpo antileucocitário na maioria das reações, o caso através da evolução clínica desfavorável e diante da suspeição da reação, precisou da colaboração do Hemocentro para rastreabilidade.
ConclusãoForam identificados a presença de anticorpos, que apresentaram reação cruzada com os antígenos presentes no receptor. Resultado com alto risco para Trali, sendo bloqueada futuras doações da doadora das plaquetas.




