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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 2704
Acesso de texto completo
CONCOMITÂNCIA DE MUTAÇÕES JAK2 E BCR::ABL1 EM PACIENTES BRASILEIROS
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TML Martins, RRF de Sousa, EF de Souza, LIC Loyola, KT Ghisi, RBG Pessoa, VT de Almeida, ADSB Perazzio, ML Chauffaille
Grupo Fleury, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

Mutações em JAK2 são identificadas na maioria dos pacientes com policitemia vera, trombocitemia essencial e mielofibrose primária, ditas NMP. A proteína JAK2 é uma tirosinoquinase fosforilada que, devido à ação de diversas citocinas, ativa diferentes vias de sinalização intracelular. Essa mutação é pontual: a substituição de uma guanina por timina no éxon 14 do gene JAK2 que leva à substituição de uma valina por fenilalanina na posição 617 da proteína codificada (JAK2 V617F). Enquanto a translocação t(9:22) resulta no oncogene BCR::ABL1, que gera uma tirosinoquinase essencialmente ativa, que estimula a proliferação celular e causa resistência à morte celular. A presença desse neogene está relacionado à LMC, LMA e LLA. Relatos anteriores sugeriam que a ocorrência das mutações JAK2 e BCR::ABL1 eram mutuamente exclusivas, porém, mais recentemente, observou-se a coexistência dessas mutações no mesmo paciente, em casos ao diagnóstico ou após tratamento com inibidores da tirosinoquinase.

Descrição do caso

Com a finalidade de identificar a coexistência das mutações BCR::ABL1 e JAK2 no mesmo paciente, foi realizado um estudo retrospectivo, entre janeiro de 2013 e fevereiro de 2024, em pacientes brasileiros que realizaram os exames para a detecção dessas mutações por PCR em tempo real, no Grupo Fleury. Nesse período, foram documentados sete pacientes positivos para ambas as mutações, o que equivale a 0,0138% do número de pacientes avaliados. Esses pacientes tinham idade entre 50 e 80 anos, com relação homem: mulher similar. O primeiro paciente tinha suspeita de NMP; o segundo, mielofibrose primária e tinha diagnóstico de LMC p210, anteriormente; o terceiro, LMA com cariótipo complexo e Ph, p190; o quarto era LMC p210 e mielofibrose há 8 anos em uso de Jakavi e Dasatinibe; o quinto LMC p210, em uso de dasatinibe e NMP; o sexto, era LMC há 5 m, p210, e suspeita de PV. Apenas para um paciente não foi possível a obtenção de histórico médico detalhado.

Conclusão

Apesar do número limitado de casos, as duas alterações genéticas puderam ser detectadas simultaneamente em pacientes com LMC e/ou NMP, seja em transformação para leucemia aguda ou não, ao diagnóstico ou durante o tratamento com inibidores de tirosinoquinase. Ressalta-se, portanto, que a translocação BCR::ABL1 pode ocorrer em pacientes com histórico de neoplasia mieloproliferativa JAK2 positivos, assim como em progressão e em casos de LMA de novo. Portanto, em não havendo a condição de exclusividade mútua, o clínico deve se atentar para tal possibilidade diante de quadro clínico peculiar ou em progressão da doença primária, a despeito da raridade da situação. Com o advento do SNG é possível que a associação de mutações será ainda mais frequentemente detectada.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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