Sistemas informatizados, prontuários eletrônicos e agendamento inteligente são fundamentais para a segurança em procedimentos cirúrgicos, alinhando-se às Metas Internacionais de Segurança do Paciente. O Hospital Unimed Sul Capixaba (HUSC), instituição 100% digital e certificada HIMSS7, implementou uma solução tecnológica voltada ao aprimoramento dos processos transfusionais. O ciclo do sangue é gerenciado pelo Grupo GSH, parceiro estratégico do hospital, garantindo agilidade e segurança para equipe e pacientes.

Demonstrar a aplicação estratégica da tecnologia no processo de reserva cirúrgica, visando prevenir eventos adversos, fortalecer a adesão a protocolos e elevar a qualidade da assistência à saúde.

Trata-se de estudo retrospectivo com análise de indicadores de adesão ao protocolo de reserva cirúrgica. Observou-se a necessidade de uma ferramenta de suporte à decisão médica na solicitação de hemocomponentes. A solução desenvolvida integrou o sistema eletrônico de agendamento cirúrgico ao protocolo institucional, vinculando a reserva ao CID do procedimento. As reservas são geradas automaticamente e encaminhadas à agência transfusional via workflow. Um painel visual permite o acompanhamento em tempo real, e um assistente virtual informa o paciente sobre a possibilidade de transfusão, coletando seu consentimento informado.

A implantação do sistema elevou significativamente a adesão médica ao protocolo. A conformidade passou de 53% (2022) para 81% (2023), com a introdução do protocolo vinculado à requisição como consulta. Em 2024, com a informatização completa, superou 90% de adesão. O sistema notifica os médicos sobre a necessidade de reserva e exige justificativa para não conformidades, assegurando o cumprimento das diretrizes. Essa evolução está alinhada à estratégia de Patient Blood Management (PBM). Além disso, houve redução de 23,25% nos concentrados de hemácias reservados de 2023 para 2024, refletindo uso racional de sangue, maior segurança ao paciente e redução de custos.

A integração tecnológica na agência transfusional, por meio da codificação via CID e uso de sistemas de informação, aprimorou a precisão e segurança dos processos hemoterápicos. A automação do workflow otimizou a comunicação entre equipes, enquanto o painel visual ampliou a eficiência na gestão de recursos. Na pré-internação, o assistente virtual viabilizou a obtenção do consentimento informado, contribuindo para maior segurança do paciente. Essas inovações aumentaram a conformidade, melhoraram a rastreabilidade e fortaleceram a colaboração entre os profissionais de saúde. Tais práticas estão em consonância com os princípios do PBM, que promovem o uso racional do sangue, redução da mortalidade, menor tempo de internação e economia de recursos. Além disso, asseguram a disponibilidade de hemocomponentes para casos críticos, valorizando um recurso escasso e vital.

A tecnologia tornou-se um pilar estratégico na segurança transfusional do HUSC. O sistema automatizado de reservas, aliado à parceria com o Grupo GSH, elevou a adesão médica aos protocolos, fortaleceu o trabalho colaborativo e proporcionou maior segurança no processo transfusional. A inovação tecnológica, nesse contexto, revela-se essencial para a melhoria contínua da qualidade assistencial.