HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosDe acordo com o Ministério da Saúde, o processo transfusional de sangue e hemocomponentes configura-se como uma atividade técnico-assistencial de elevada complexidade e abrangência, demandando rigorosos padrões de qualidade e segurança. Tal procedimento envolve múltiplas etapas críticas, desde a captação e processamento até a administração ao receptor, sendo imprescindível que os profissionais atuantes possuam qualificação técnico-científica adequada, a fim de minimizar a ocorrência de eventos adversos imediatos ou tardios, potencialmente relacionados à transfusão. No contexto regulatório brasileiro, a Resolução n° 306/2006 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) estabelece as competências e atribuições do enfermeiro na hemoterapia, atribuindo-lhe responsabilidades de planejamento, execução, coordenação, supervisão e avaliação dos procedimentos transfusionais nas unidades de saúde. Complementarmente, a Resolução n° 0629/2020, posteriormente revogada e substituída pela Resolução n° 709/2022, define diretrizes para a atuação de enfermeiros e técnicos de enfermagem em hemoterapia, reforçando a obrigatoriedade de práticas alinhadas à segurança transfusional.
ObjetivosDescrever e analisar, sob a perspectiva da prática profissional, a atuação da enfermagem no processo de hemotransfusão, ampliando o conhecimento técnico e científico da área, bem como promovendo melhorias na assistência e segurança do paciente.
Material e métodosTrata-se de um estudo observacional, descritivo e reflexivo, fundamentado no relato de experiência profissional de uma enfermeira atuante no ambulatório de transfusão de um Centro de Hematologia e Hemoterapia localizado no Estado do Ceará.
ResultadosA atuação da enfermagem na hemotransfusão abrange não apenas a execução de cuidados diretos ao paciente, mas também a gestão e coordenação de variáveis críticas do processo assistencial. O desenvolvimento de competências gerenciais é essencial para a integração eficiente com o ambiente organizacional, garantindo a qualidade do cuidado. Dada a complexidade intrínseca ao procedimento, o planejamento deve seguir protocolos e diretrizes padronizadas, visando à mitigação de riscos e à manutenção da segurança transfusional. Entre as práticas de segurança, destaca-se a checagem criteriosa da identificação do paciente por, no mínimo, dois identificadores ‒ nome completo, nome materno e data de nascimento. Ademais, a monitorização de sinais vitais é realizada antes do início da transfusão, aos 15 minutos do procedimento e ao seu término, permitindo a detecção precoce de reações adversas.
Discussão e conclusãoA execução de práticas transfusionais seguras, eficazes e tecnicamente adequadas constitui requisito essencial para a qualidade do atendimento aos pacientes que dependem dessa terapêutica como parte integrante de seu tratamento. Por tratar-se de um procedimento de elevada complexidade, requer dos profissionais, especialmente dos enfermeiros ‒ presentes em praticamente todas as etapas ‒ sólido embasamento científico e domínio técnico. Torna-se, portanto, imprescindível a implementação de estratégias contínuas de capacitação e suporte às equipes de enfermagem, assegurando que todas as etapas do processo transfusional sejam conduzidas de forma segura, padronizada e centrada no paciente, contribuindo para a redução de riscos e para a melhoria dos desfechos clínicos.




