HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO linfoma não Hodgkin (LNH) representa um dos principais tumores hematológicos na infância e adolescência, exigindo diagnóstico precoce e tratamento adequado para melhores prognósticos. Apesar dos avanços terapêuticos, a mortalidade ainda persiste em determinados contextos regionais.
ObjetivosEste estudo tem como objetivo analisar a mortalidade por LNH em crianças e adolescentes no Brasil, nos anos de 2016 e 2024.
Material e métodosTrata-se de um estudo ecológico, retrospectivo e de corte transversal, baseado em dados secundários extraídos do Sistema de Informações (SIM/DATASUS) sobre o número de óbitos por LNH no ano de 2016 e 2024. Utilizou -se, como demais váriaveis na análise comparativa com o ano da pesquisa atrelado a idade até 19 anos e ao sexo.
ResultadosEm 2016 foram 71 mortes por LNH em uma faixa etária de 0 a 19 anos no Brasil, entretanto, no ano de 2024 obteve- se uma redução desse número em, aproximadamente 40,85%. Já com relação ao sexo, constatou-se uma prevalêcia de óbitos de indivíduos pelo sexo masculino por LNH em ambos os anos. Entre 2016 e 2022, observou-se uma redução significativa nos óbitos por linfoma não Hodgkin (LNH) no sexo masculino, com 18 mortes a menos em 2022. De forma semelhante, também houve queda entre as mulheres, com 11 óbitos a menos no mesmo período, indicando um padrão de declínio proporcional entre os sexos. No recorte regional, foram observadas variações importantes ao longo dos anos. Em 2016, a região Sudeste liderava em número de óbitos por LNH, com maior concentração dos casos (29 óbitos). Já em 2024, o maior número foi registrado na região Nordeste (16 óbitos), evidenciando uma mudança na distribuição geográfica da mortalidade pela doença no país.
Discussão e conclusãoA redução observada na mortalidade por linfoma não Hodgkin (LNH) entre crianças e adolescentes no Brasil entre 2016 e 2024 pode ser atribuída a uma série de avanços no campo da oncologia pediátrica. Entre os principais fatores, é sugestivo a melhoria no diagnóstico precoce, com maior capacitação de profissionais da atenção primária e a implementação de protocolos clínicos que facilitam o encaminhamento rápido aos centros especializados. No campo terapêutico, o uso mais difundido de protocolos quimioterápicos padronizados, como os do Grupo Brasileiro de Tratamento de Linfomas na Infância (GBTLI), contribuiu significativamente para melhores desfechos clínicos. Além disso, houve avanços importantes na terapia de suporte, com maior disponibilidade de antimicrobianos, sangue e hemoderivados, o que permitiu uma maior tolerância e adesão ao tratamento. Outro ponto relevante foi o fortalecimento da rede de atenção oncológica, com a consolidação de Unidades de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) e Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) em diversas regiões do país. Apesar desses avanços, a mudança na distribuição geográfica dos óbitos, com maior concentração no Nordeste em 2024, sugere a persistência de desigualdades regionais no acesso aos cuidados oncológicos, o que reforça a necessidade de políticas públicas voltadas à equidade na atenção oncológica pediátrica no Brasil. A redução da mortalidade por LNH entre crianças e adolescentes no Brasil entre 2016 e 2024 reflete avanços no diagnóstico precoce, acesso ao tratamento e atualização de protocolos terapêuticos, embora persistam desigualdades regionais que exigem atenção contínua.




