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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 334
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ANÁLISE DO TEMPO DE ATENDIMENTO DAS SOLICITAÇÕES TRANSFUSIONAIS E SEUS IMPACTOS NA SEGURANÇA DO PACIENTE EM UM HOSPITAL PRIVADO DE SALVADOR
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DO Cardoso
Grupo Gestor de Hemoterapia ‒ Grupo GSH, Salvador, BA, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

As transfusões sanguíneas são procedimentos críticos e devem ser realizadas com base em critérios clínicos claros, respeitando prazos específicos, especialmente em situações de urgência. O tempo de atendimento impacta diretamente a segurança e o desfecho clínico do paciente. Assim, torna-se essencial monitorar esse indicador, identificar atrasos e propor melhorias.

Objetivos

Analisar o tempo de atendimento das solicitações transfusionais realizadas entre janeiro e junho de 2025 em um hospital privado de Salvador, com ênfase nos casos urgentes e nos fatores associados aos atrasos, avaliando seus impactos na segurança do paciente.

Material e métodos

Estudo observacional retrospectivo, baseado em dados extraídos do sistema de gestão transfusional. As solicitações foram categorizadas como urgentes (extrema urgência, urgência 3h e 6h) ou não urgentes (programadas e sem urgência). Foram avaliados o número total de solicitações, o cumprimento dos prazos e os principais motivos de atraso.

Resultados

No período, foram registradas 2.587 solicitações transfusionais, sendo 1.282 (49,6%) urgentes e 1.305 (50,4%) não urgentes. Destas, 2.359 (91,2%) foram atendidas no prazo previsto e 228 (8,8%) apresentaram atraso. Os principais motivos de atraso incluíram sobrecarga dos plantões, com 53 casos (23,2%), espera por pré-medicação em 30 (13,2%), ausência ou demora na coleta da amostra em 13 (5,7%) e espera por hemocomponentes especiais, como fenotipados 7 (3,1%) ou irradiados 8 (3,5%). Também se destacaram atrasos por liberação do paciente pela enfermagem (4,4%), falta de acesso venoso (3,9%), espera após exames/procedimentos (3,5%), pendência de TCLE (2,6%), entre outros. Observou-se ainda que muitos desses fatores estão fora da alçada direta do serviço de hemoterapia, evidenciando a necessidade de maior integração com as demais equipes assistenciais.

Discussão e conclusão

A taxa de atendimento no prazo (>90%) reflete boa eficiência. Contudo, os 8,8% de atrasos, especialmente nas solicitações urgentes, representam um risco assistencial importante. Fatores como plantões sobrecarregados, falhas na comunicação, dependência de fluxos intersetoriais e processos assistenciais complexos influenciam o tempo de resposta. Um achado relevante foi o elevado número de solicitações classificadas como urgência (quase 50%), o que pode indicar uso indevido da modalidade, baixa adesão a critérios institucionais ou banalização da urgência transfusional. A análise dos tempos de atendimento permitiu identificar gargalos e oportunidades de melhoria no processo transfusional. Apesar do desempenho satisfatório, os atrasos persistentes requerem ações específicas, como revisão de fluxos, capacitação das equipes, auditoria de solicitações urgentes e integração entre setores. A adoção de estratégias para redução dos tempos de resposta é essencial para promover a segurança do paciente e a qualidade do cuidado.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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