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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 1623
Acesso de texto completo
ANÁLISE DE RNA-SEQ REVELA QUE EPIGALOCATEQUINA-3-GALATO INDUZ SUPRESSÃO INFLAMATÓRIA NA MEDULA ÓSSEA ACOMPANHADA DE ATIVAÇÃO NEUTRÓFILICA NO BAÇO DE CAMUNDONGOS COM SINDROME MIELODISPLÁSICA
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MJ Lutfia, FI Della Viaa, MC Alvareza,b, FS Niemanna, KP Vieira Ferroa, NG Amôra, JH S. Mauesa, ST Olalla Saada
a Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
b Universidade São Francisco (USF), Bragança Paulista, SP, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

As síndromes mielodisplásicas (SMD) são neoplasias hematopoéticas caracterizadas por hematopoese ineficaz e inflamação crônica, que comprometem células- tronco, promovem apoptose de progenitores e ativam o compartimento mieloide de forma anômala. Enquanto a medula óssea exibe citocinas pró-inflamatórias e estresse oxidativo, o baço apresenta hematopoiese extramedular e ativação imune exacerbada. Este estudo avaliou os efeitos do polifenol anti-inflamatório epigalocatequina-3-galato (EGCG), do chá-verde, no transcriptoma de camundongos com SMD, visando entender seu impacto em vias inflamatórias e imunes.

Objetivos

Caracterizar os efeitos da EGCG sobre a expressão gênica em camundongos com síndrome mielodisplásica, por meio da análise de RNA-seq na medula óssea e no baço.

Material e métodos

Sete camundongos transgênicos C57BL/6 modelo de SMD (quatro tratados com EGCG e três controles) receberam tratamento intraperitoneal com EGCG (50 mg/kg/dia) por 5 dias, durante 4 semanas. Amostras de medula óssea e baço foram coletadas para extração de RNA. O RNA-seq foi realizado em células Lin⁻ da medula e baço total na plataforma NovaSeq (2×100 bp, leitura pareada), com profundidade média de 25 milhões de leituras por amostra. Os reads foram alinhados ao genoma Mus musculus (mm10) com STAR, quantificados com Salmon e analisados com edgeR, DESeq2 e Limma-voom, considerando significativos genes com |log2FC| > 1 e p < 0,05. DEGs comuns entre medula e baço tratados foram analisados hierarquicamente e visualizados em heatmaps. Comparações foram realizadas com dados públicos de células progenitoras e baço normal, e os DEGs submetidos à análise funcional (GO e vias biológicas) via DAVID.

Resultados

A análise diferencial de expressão identificou 538 DEGs na medula óssea (279 reduzidos e 259 aumentados) e 642 no baço (280 reduzidos e 362 aumentados), com maior resposta transcritômica no baço, refletindo seu papel na hematopoiese extramedular e ativação imune na SMD. Dos 45 genes comuns aos dois tecidos, padrões divergentes foram observados: genes como Mast2, H2-T22, Gtse1, Adi1 e Zswim3 mostraram maior expressão na medula e redução no baço, sugerindo proteção na medula e inibição no baço, enquanto genes como Ltf, S100a8, S100a9, Tyrobp, Ly6g, Itgam, Cd177, Pik3cb e Flot2 estavam aumentados no baço, indicando ativação mieloide e inflamatória específica. S100a8/a9 (calprotectina) são marcadores de inflamação estéril, enquanto Itgam, Ly6g, Cd177 e Flot2 refletem ativação de granulócitos. Tyrobp sugere ativação pró- inflamatória via TLRs. O baço também exibiu indução de vias relacionadas à produção de espécies reativas de oxigênio (ROS), formação de NETs e danos celulares, impulsionadas por Pik3cb e Tyrobp, ao contrário do controle da ativação progenitora observado na medula.

Discussão conclusão

O tratamento com epigalocatequina-3-galato (EGCG) reorganiza o ambiente imuno-inflamatório em camundongos com síndrome mielodisplásica (SMD), atuando distintamente na medula óssea e no baço. Na medula, reduz a expressão de genes mieloides (S100a8, S100a9, Itgam), preservando progenitores hematopoéticos ao conter a inflamação estéril. No baço, ativa genes pró-inflamatórios (Ly6g, Cd177, Tyrobp, Pik3cb), além de vias associadas a ROS e NETs, promovendo redistribuição funcional da ativação mieloide. Estudos futuros devem investigar a dinâmica dessas respostas e seus impactos na carga clonal e função das células-tronco.

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Referência:

Della Via FI, Salvadori FA, Salvadori MC, Schenka AA, Cardoso CM, Borin TF, et al. The effects of green tea catechins in hematological malignancies. Pharmaceuticals (Basel). 2023 Jul 18;16(7):1006. doi: 10.3390/ph16071006.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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