Compartilhar
Informação da revista
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 2967
Acesso de texto completo
ANÁLISE DE VARIANTES GENÉTICAS EM SÍTIOS DE SPLICING DE GENES DO MECANISMO DE SÍNTESE DE TRANSLESÃO EM PACIENTES COM NEOPLASIA MIELODISPLÁSICA
Visitas
27
AA Colares Perez, L Pinheiro Correia, RV Brito Aguiar Parente, AW Araújo dos Santos, RD Barbosa Dias, JV Caetano Goes, JH Maues, CL de Aragão Araújo, RT Germano de Oliveira, ST Olla Saad, SM Meira Magalhães, R Feitosa Pinheiro
Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

Mais dados
Introdução

A Neoplasia mielodisplásica (SMD), câncer de medula óssea mais comum no idoso, é caracterizada por alta instabilidade genômica decorrente de lesões no DNA e erros nos mecanismos de reparo, incluindo o sistema de síntese de translesão (TLS), que é mediado por DNA polimerases responsáveis por contornar lesões durante a replicação, evitando mutações drivers. A presença de variantes em regiões canônicas de splicing (sítios doador e aceptor) nesses genes são descritas como eventos precoces que contribuem para o fenótipo displásico das neoplasias hematológicas, pois podem gerar transcritos aberrantes.

Objetivos

Descrever variantes em genes dos mecanismos de síntese TLS do DNA e quais predições patogênicas dessas variantes em regiões de splicing destes genes na SMD.

Material e métodos

O estudo analisou amostras de medula óssea de 30 pacientes com SMD: 13 com excesso de blastos (SMD-EB) e 17 com sideroblastos em anel (SMD-SA), submetidas a sequenciamento de nova geração (NGS), através de um painel-alvo customizado, com profundidade de cobertura mínima de 500x e 98% de cobertura horizontal dos genes das Polimerases TLS: POLI, POLQ, POLL, POLN, POLM, REV1, POLH e REV3L. O alinhamento e a chamada de variantes foram realizados através da plataforma Dragen (Illumina), a anotação foi realizada utilizando-se a plataforma EnsemblVEP e a análise de patogenicidade foi realizada através do software SpliceAI, sendo priorizadas variantes com delta escore ≥0,8 (patogênicas).

Resultados

Foram identificadas 11 variantes com potencial impacto em sítios doadores ou aceptores de splicing em 20 dos 30 pacientes (66,6%), classificadas como patogênicas através do SpliceAI. O maior número de casos foi detectado no gene POLI que apresentou duas variantes, uma na região aceptora e outra na região doadora com variante de frequência alélica (VAF) superior a 36%. As variantes identificadas de POLI foram mais observadas em SMD-EB (80%) do que na SMD-SA. O gene POLN apresentou três variantes em região aceptora, sendo em dois casos de SMD-EB e um caso de SMD-SA. O gene POLQ apresentou uma variante em região doadora na SMD-EB. Já o gene REV1 apresentou duas variantes na região aceptora também na SMD-EB. Por outro lado, tanto o gene POLL quanto POLM apresentaram variantes na SMD-SA, sendo duas variantes na região aceptora de POLL e uma variante na região doadora de POLM.

Discussão e conclusão

Este é o primeiro trabalho a estudar variantes nas regiões canônicas de splicing dos genes TLS na SMD. Apesar do número limitado de casos, os achados sugerem que alterações em POLI, POLQ, POLN e REV1 podem associar-se a fenótipos de maior gravidade, pois as variantes nestes genes foram associadas à maior dependência transfusional e à pacientes de alto risco. Nos casos de SMD-SA, subtipo que possui menor agressividade clínica e forte associação a mutações em genes de splicing, a presença de variantes nos genes POLL e POLM sugere alterações no mecanismo de splicing na célula. Dessa forma, a presença de variantes patogênicas nas regiões de splicing de DNA polimerases com atividade TLS sugere que estes genes podem ser alvo de variações nos mecanismos de splicing da SMD, e uma vez afetados pela presença de variantes patogênicas, podem levar a alterações no splicing alternativo, gerar transcritos disfuncionais e impedir o mecanismo de síntese translesão responsável pela estabilidade genômica. Nossos achados demonstram a necessidade de estudos mais amplos para elucidar o papel prognóstico de DNA polimerases TLS na SMD.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas