As modalidades de transfusão – programada, rotina, urgência e emergência – determinam o tempo para administração dos hemocomponentes, sendo essenciais para o planejamento do atendimento transfusional. Transfusões programadas e de rotina permitem maior personalização, como uso de componentes fenotipados ou irradiados. Já em situações de urgência e emergência, muitas vezes não é possível realizar exames prévios ou preparar hemocomponentes especiais. Diante disso, foi implementado um ciclo de melhorias com a ferramenta PDSA em hospital atendido pelo Grupo GSH, visando melhorar a adequação das requisições conforme a real necessidade clínica.

Demonstrar a mudança no perfil das solicitações de transfusão após aplicação da ferramenta PDSA.

Ciclo PDSA aplicado no hospital a partir de 2022. Análise de dados do sistema informatizado de hemoterapia entre 2021 e 2024.

Antes da intervenção, o perfil predominante era de requisições urgentes (59% em 2021 e 47% em 2022). Após as ações do PDSA, houve inversão: em 2023, 40% das solicitações foram não urgentes, superando as urgentes (34%). Em 2024, a modalidade não urgente alcançou 51%, enquanto as urgentes representaram 28%. As requisições programadas mantiveram estabilidade e as de extrema urgência foram reduzidas.

A intervenção identificou que muitos profissionais prescreviam transfusões urgentes por desconhecimento, temendo atrasos no atendimento. Ações como treinamentos, folders explicativos e apoio da liderança esclareceram que transfusões rotineiras (não urgentes) eram atendidas com agilidade, em média até 5 horas. Isso aumentou a confiança na prescrição adequada, permitindo maior personalização, uso de hemocomponentes modificados e redução de riscos como aloimunização, DECH e reações febris. A ferramenta PDSA foi eficaz na reorganização dos fluxos transfusionais, promovendo maior adesão às modalidades adequadas. A mudança no perfil das requisições reflete um cuidado mais seguro e personalizado ao paciente, além de maior eficiência operacional da agência transfusional.