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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1642
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A RELEVÂNCIA E OS DESAFIOS NA GESTÃO DO ESTOQUE E NO USO DE CONCENTRADO DE HEMÁCIAS DE COLETA RECENTE EM PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS NEONATOS E PEDIÁTRICOS
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17
VLR Pessôa, KCC Santos
Grupo Gestor de Hemoterapia ‒ Grupo GSH, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A utilização de concentrado de hemácias com coleta recente em cirurgias pediátricas é essencial para garantir bons resultados clínicos e reduzir riscos aos pacientes. Embora o armazenamento em bolsas plásticas sob condições controladas seja prática padronizada, ocorrem alterações graduais nos componentes do sangue que podem comprometer a eficácia das transfusões, especialmente em recém-nascidos e cardiopatas pediátricos. Por isso, adota-se o uso de hemácias com até 14 dias de coleta, o que impõe desafios à gestão do estoque. Este estudo aborda estratégias de gerenciamento e logística voltadas à manutenção da segurança transfusional e redução de desperdícios.

Objetivos

Analisar as estratégias de gerenciamento de estoque de concentrados de hemácias coletados com até 14 dias, visando garantir a segurança e eficácia transfusional em procedimentos cirúrgicos neonatais e pediátricos, considerando as alterações decorrentes do armazenamento e otimizando o uso de hemocomponentes.

Material e métodos

Foram analisadas as solicitações de reservas cirúrgicas no Hospital Pediátrico Jutta Batista entre janeiro e dezembro de 2024, considerando o número de procedimentos com reserva, a quantidade de hemácias reservadas e a quantidade efetivamente utilizada em centro cirúrgico.

Resultados

Durante o período, foram solicitadas 272 reservas cirúrgicas, resultando na reserva de 470 concentrados de hemácias, todos com até 14 dias de coleta, conforme protocolo da unidade. Do total, 140 hemácias foram efetivamente utilizadas. Para garantir o atendimento às cirurgias cardíacas e outras demandas críticas, foi necessário adotar estratégias de envio e recebimento seletivo de bolsas, evitando desperdícios. A taxa de utilização foi de aproximadamente 30%, evidenciando uma gestão eficiente e a necessidade de revisar protocolos de uso racional de sangue. Entre as práticas adotadas destacam-se: organização do estoque por faixa de coleta (até 5, 10 e 14 dias), conferência diária do mapa cirúrgico, coleta antecipada de amostras para detecção de anticorpos irregulares, captação de doadores familiares e remanejamento de bolsas com mais de 14 dias para outras agências. Tais medidas garantiram 100% de atendimento às solicitações dentro do protocolo da unidade.

Discussão e conclusão

A qualidade do sangue em cirurgias pediátricas é determinante para os desfechos clínicos. As alterações nas hemácias durante o armazenamento podem comprometer sua funcionalidade, especialmente em pacientes vulneráveis. A utilização de hemocomponentes com até 5 ou 14 dias, conforme a complexidade do procedimento, é uma medida imprescindível. A integração entre setores e a adoção de estratégias eficazes de gestão são fundamentais para manter a segurança transfusional. Além disso, a pesquisa e a aplicação de melhorias contínuas são essenciais para atender à crescente demanda por sangue seguro. Conclusão O gerenciamento eficiente do estoque de hemocomponentes é crucial em ambientes pediátricos, dada a limitação de tempo imposta pelas alterações de armazenamento. O uso de bolsas filtradas, irradiadas e com coleta recente, aliado ao remanejamento estratégico, garante a segurança dos pacientes e evita desperdícios. Os dados reforçam a importância do monitoramento diário, da logística integrada e do planejamento cirúrgico para assegurar a disponibilidade de sangue de qualidade, promovendo a segurança e o bem-estar dos pacientes pediátricos submetidos a procedimentos cirúrgicos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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