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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 697
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A IMPORTÂNCIA DO ENSAIO DE PROFICIÊNCIA NA QUALIDADE HEMOTERÁPICA: GARANTIA DE SEGURANÇA E EFICIÊNCIA NO ATENDIMENTO
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JM Lopes, GD da Silva
Pulsa Rio ‒ Grupo Pulsa, Volta Redonda, RJ, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A hemoterapia requer elevado rigor técnico e controle de qualidade para assegurar a segurança do receptor e a eficácia dos procedimentos. O Ensaio de Proficiência (EP) configura-se como instrumento essencial para a avaliação externa da qualidade em laboratórios e serviços hemoterápicos, favorecendo a padronização, validação de metodologias e mitigação de falhas analíticas. A adequada implementação do EP influencia diretamente a confiabilidade dos exames laboratoriais e a qualidade dos hemocomponentes transfundidos.

Objetivos

Analisar o papel do ensaio de proficiência como mecanismo de controle de qualidade em hemoterapia e sua relevância para a segurança transfusional.

Material e métodos

Foi realizada uma revisão sistemática da literatura entre 2014 e 2024 nas bases PubMed, Scielo e BVS, utilizando os descritores “proficiency testing”, “hemotherapy quality”, “laboratory quality control” e “blood transfusion safety”. Foram selecionados artigos que abordam a aplicação e os benefícios do EP em serviços de hemoterapia. O ensaio de proficiência é preconizado pelas principais normativas nacionais, como a RDC n° 34/2014 da ANVISA, que exige a participação periódica dos laboratórios em programas externos visando à acurácia dos resultados (MS, 2023). Evidências demonstram que a adesão ao EP reduz em até 50% as discrepâncias analíticas, especialmente em exames imuno-hematológicos críticos para tipagem sanguínea, testes de compatibilidade e triagem de anticorpos (Ferreira et al., 2020). A identificação precoce de não conformidades permite intervenções corretivas que previnem erros transfusionais, responsáveis por até 10% dos eventos adversos em hemoterapia (WHO, 2022). Ademais, o EP potencializa a capacitação técnica das equipes, fomenta a padronização dos procedimentos operacionais e consolida a cultura da qualidade. Estudos também indicam que serviços com participação regular em EP apresentam maior aderência aos padrões internacionais de hemovigilância (Souza et al., 2021).

Discussão e conclusão

A integração do ensaio de proficiência ao controle de qualidade dos serviços hemoterápicos constitui prática imprescindível à segurança transfusional. Embora seus benefícios sejam amplamente reconhecidos, obstáculos como custos, logística e resistência à implementação ainda restringem sua adoção integral, sobretudo em serviços de menor porte ou com recursos limitados. Investimentos em programas de educação continuada e apoio institucional são fundamentais para ampliar a abrangência e a efetividade do EP no país. A incorporação de tecnologias digitais para monitoramento e análise dos dados do EP emerge como tendência para otimizar o processo e reduzir o tempo de resposta. O ensaio de proficiência constitui-se em ferramenta estratégica imprescindível para a garantia da qualidade analítica e da segurança transfusional nos serviços de hemoterapia, ao minimizar a ocorrência de falhas e desvios críticos que comprometem a integridade do cuidado ao paciente. A implementação sistemática e contínua do EP, integrada a políticas robustas de capacitação técnica e gestão da qualidade, fortalece os processos de hemovigilância, potencializa a confiabilidade dos resultados laboratoriais e assegura a mitigação eficaz de riscos transfusionais, promovendo a excelência e a segurança na prática hemoterápica.

Texto Completo

Referências: Ferreira AP, et al. Impact of proficiency testing on immunohematology accuracy. J Blood Transfus. 2020;2020:8357432. Ministério da Saúde (MS). RDC n° 34/2014: Regulamentação dos serviços hemoterápicos. Brasília; 2023.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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