HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA manifestação clínica da Hemofilia A grave com inibidor tem seu manejo desafiante pois cursa com muitos sangramentos de forma espontânea e com leves traumas, sendo assim o papel da equipe multidisciplinar no acompanhamento destes pacientes requer um monitoramento clinico personalizado e humanizado. A introdução de terapias inovadoras, como o Emicizumabe tem contribuído significativamente na redução destes sangramentos de forma profilática.
ObjetivoRelatar a experiência de um paciente com hemofilia A e presença de inibidor, utilizando o Emicizumabe de forma profilática, e destacar a importância do acompanhamento multidisciplinar no manejo destes casos.
MétodoTrata-se de um relato de caso de A.J.S.S., sexo masculino, 40 anos, acompanhado no Ambulatório de Coagulopatias do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (HEMOCE), quando em 2023 iniciou o uso do Emicizumabe. O paciente foi avaliado por toda a equipe multiprofissional antes de iniciar a profilaxia e permaneceu sendo acompanhado com consulta médica trimestral além disso realizava consulta com a enfermagem e a fisioterapia visando monitorar a evolução clínica, funcional e psicossocial.
Resultado e discussãoAntes do início da nova terapia, o paciente apresentava articulações-alvo no cotovelo esquerdo e tornozelo esquerdo, com sangramentos frequentes que levavam a visitas recorrentes ao pronto atendimento do HEMOCE e nas unidades de emergência. Relatava qualidade de vida “péssima” (nota 2 em escala de 0 a 10) e dor intensa, classificada como 8 na Escala Visual Analógica (EVA). Após dois anos de profilaxia com Emicizumabe, houve redução para apenas três episódios hemorrágicos no período de 2 anos, dor referida como leve incômodo (EVA=2) e qualidade de vida classificada como “muito boa” (nota 8). O paciente descreve-se atualmente como “uma pessoa normal e independente”. Estudos recentes (ex.: Ozkan et al., 2024; Hayran et al., 2025; Hilberink et al., 2020.) corroboram que a profilaxia reduz significativamente a frequência de sangramentos e favorece a retomada progressiva de atividades físicas anteriormente impossíveis de serem praticadas por causa das hemartroses de repetição, favorecendo o impacto positivo na independência funcional e social.
ConclusãoCom uso de novas terapias, como o Emicizumabe, associada a um acompanhamento multidisciplinar estruturado no tratamento da hemofilia, tem proporcionado melhorias expressivas no controle de sangramentos, na redução da dor e no bem-estar global. Esse cuidado integrado promove não apenas melhor condicionamento físico, mas também autonomia e qualidade de vida para pacientes com hemofilia e inibidor.
Referências:
Hayran Y, et al. Effectiness of physiotherapy on pain, strength, balance and hemarthrosis in patients with Haemophilic arthropathy: A randomized controlled trial. BMC Musculoskeletal Disorders. 2025;26(1).
Hilberink SR, et al. Effects of exercise in people with Haemophilia: An umbrella review of systematic reviews and meta-analyses. Research in developmental disabilities. 2020;104(1).
Ozkan T, et al. Physiotherapy improves quality of life in people with Haemophilia: a meta-analysis of randomized controlled trials. Haemophilia. 2024;30(2).




