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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 547
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SÍNDROME DE OSLER-WEBER-RENDU: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, DIAGNÓSTICO E ABORDAGENS TERAPÊUTICAS
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DD Mello, CP Coimbra
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A Síndrome de Osler-Weber-Rendu (SOWR), ou Telangiectasia Hemorrágica Hereditária (THH), é uma doença vascular rara, de transmissão autossômica dominante, caracterizada por epistaxe recorrente, telangiectasias mucocutâneas e Malformações Arteriovenosas (MAVs) em diversos órgãos. Estima-se uma prevalência global entre 1:5.000 e 1:8.000. A ausência de triagem sistemática e o desconhecimento dos critérios diagnósticos contribuem para a subnotificação da condição, inclusive no Brasil.

Objetivos

Descrever as manifestações clínicas, os métodos diagnósticos e as abordagens terapêuticas utilizadas no manejo da SOWR, com base em evidências científicas atualizadas, visando fornecer um panorama abrangente da doença.

Material e métodos

Foi realizada uma revisão sistemática da literatura com buscas nas bases PubMed, SciELO e LILACS, entre 2005 e 2025, utilizando os descritores “hereditary hemorrhagic telangiectasia” (termo MeSH para SOWR) associados a “clinical manifestations”, “diagnosis” e “therapy OR treatment”. Aplicaram-se filtros para estudos com seres humanos, amostras ≥ 5 pacientes e delineamentos de revisão sistemática, ensaio clínico randomizado e metanálise. Após triagem e análise de elegibilidade, 9 estudos clínicos foram incluídos.

Discussão e Conclusão

A epistaxe recorrente foi a manifestação mais prevalente (85%–95%), seguida pelas telangiectasias mucocutâneas (≈80%) e MAVs viscerais, com destaque para pulmões (15%–45%), fígado (41%–74%) e cérebro (até 10%). O diagnóstico clínico baseia-se nos critérios de Curaçao e pode ser complementado por exames de imagem e análise genética (ENG, ACVRL1, SMAD4). As abordagens terapêuticas incluem antifibrinolíticos (ácido tranexâmico), talidomida e agentes antiangiogênicos como bevacizumabe, com respostas variáveis. A embolização seletiva e procedimentos como septodermoplastia são indicados nos casos refratários de epistaxe. As complicações mais relevantes incluem embolia paradoxal, AVC, insuficiência cardíaca de alto débito, anemia crônica e sangramentos digestivos recorrentes. Estratégias de rastreamento com ecocardiograma com contraste, tomografia e ressonância magnética são essenciais na prevenção de desfechos graves. A SOWR representa um desafio clínico pela diversidade fenotípica e potencial de complicações graves. O diagnóstico precoce, aliado ao rastreamento sistemático de MAVs e ao manejo individualizado das manifestações hemorrágicas, pode reduzir significativamente a morbimortalidade. Terapias farmacológicas emergentes, como o bevacizumabe, têm se mostrado promissoras, mas exigem maior robustez metodológica para validação. A abordagem multidisciplinar, incluindo otorrinolaringologia, genética, radiologia intervencionista e gastroenterologia, é fundamental para o cuidado integral dos pacientes. Por fim, apesar dos avanços, há necessidade de estudos longitudinais que aprofundem os desfechos clínicos e as respostas terapêuticas a longo prazo.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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