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Informação da revista
Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S174-S175 (outubro 2022)
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Páginas S174-S175 (outubro 2022)
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VENETOCLAX E CITARABINA EM BAIXA DOSE (CBD) ASSOCIADO A AZÓLICO COMO 1ªLINHA DE TRATAMENTO PARA LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA EM PACIENTES NÃO ELEGÍVEIS À QUIMIOTERAPIA INTENSIVA - SÉRIE DE CASOS
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FTS Junior, PEM Flores, CB Prato, LAF Pelloso, EC Chapchap, FR Kerbauy, L Gandolpho, VP Silva
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 44. Núm S2
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Objetivos

Avaliar resposta, toxicidade e sobrevida de pacientes com Leucemia Mieloide Aguda (LMA) não elegíveis à quimioterapia intensiva de indução, tratados em serviço público de saúde, induzidos em primeira linha com 1 a 2 ciclos de Venetoclax e CBD associado a azólico, seguido de manutenção com CBD.

Material e métodos

Seis pacientes, inelegíveis a quimioterapia intensiva seja por idade (idade média 70,6 anos), comorbidades ou ECOG maior ou igual a 2, no período de 29/10/2020 a 27/07/2022 para serem submetidos a tratamento de LMA em primeira linha com 1 a 2 ciclos de Venetoclax 100 mg a 200 mg entre os dias 1 e 28, CBD 20 mg/m2 entre os dias 1 e 10 de cada ciclo associado a medicação azólica (Fluconazol, Itraconazol ou Voriconazol) como profilaxia antifúngica e estratégia poupadora de Venetoclax seguidos de ciclos mensais de CBD 20 mg/m2 entre os dias 1 e 10 até progressão de doença.

Resultados

Foram avaliados 6 pacientes com diagnóstico de LMA, 3 com alto risco e 3 sem estratificação de risco. 3 pacientes apresentaram resposta completa e DRM negativa (2 com recuperação hematológica completa e 1 sem recuperação hematológica) e permanecem em acompanhamento, com OS de 18 meses, 10 meses e 5 meses. 1 paciente não passou por avaliação de resposta, mas permanece em acompanhamento, com dependência transfusional e sem sinais de doença em sangue periférico com OS de 14 meses. 2 pacientes faleceram durante tratamento - 1 devido a HSA no D13 do C2 do tratamento e outro um dia após término do C1, por infecção de corrente sanguínea por Klebsiella multirresistente, além de suspeita de infecção fúngica, ambos sem avaliação de resposta ao tratamento. Quanto a profilaxia antifúngica, 3 pacientes fizeram uso de Fluconazol e 3 fizeram uso de Voriconazol, sendo reduzida dose do Venetoclax devido a interação com azólicos e possível toxicidade hepática.

Discussão

A LMA é a leucemia aguda mais comum na população adulta, com idade média de 68 anos ao diagnóstico. Visto a fragilidade de muitos pacientes ao diagnóstico, a terapia com Venetoclax associado à CBD e hipometilantes baseada nos estudos VIALE oferece uma nova perspectiva à pacientes que anteriormente seriam candidatos a medidas paliativas. Além disso, estudo recente mostraram que é possível a interrupção do venetoclax em pacientes com pelo menos 12 meses de remissão em uso de Venetoclax e os melhores desfechos estavam associados ao NPM1 mutado, mutação do IDH2 e DRM negativa. No serviço público de saúde o Venetoclax é pouco disponível e, com objetivo de potencializar seu efeito e reduzir sua dose, o uso de azólicos é uma opção a ser explorada. Embora o tratamento preconizado seja contínuo, a possibilidade de indução de remissão seguido de manutenção com CBD, conforme mostrado no artigo,é uma alternativa a ser explorada.

Conclusão

Terapias finitas com Venetoclax associado a CBD e azólicos são opções viáveis em pacientes idosos com LMA inelegíveis à terapia intensiva. Necessitamos de estudos clínicos randomizados para melhor avaliação da resposta ao longo prazo de pacientes que fazem terapia finita se possível com estratificação de risco por citogenética FISH, molecular e next generation sequencing para melhor selecionar pacientes candidatos a tal abordagem.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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