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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S98-S99 (outubro 2024)
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HEMO 2024
Páginas S98-S99 (outubro 2024)
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UTILIZAÇÃO DA IMUNOFENOTIPAGEM POR CITOMETRIA DE FLUXO NA INVESTIGAÇÃO DA HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA: EXPERIÊNCIA DA UNIDADE DOCENTE ASSISTENCIAL DE PATOLOGIA GERAL FCM-UERJ
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M Tostes, MD Costa, VC Lisboa, J Monassa, P Segges, C Diniz, MR Carvalho, JFF Medeiros, LS Rodrigues
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Objetivo

A hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) é uma doença ultrarrara, clonal e adquirida das células tronco hematopoiéticas devido à mutação somática no gene PIG-A. O presente trabalho teve como objetivo descrever a recente experiência da Unidade Docente Assistencial (UDA) de Patologia Geral, do Hospital Universitário Pedro Ernesto HUPE- UERJ na realização de exames de Imunofenotipagem por Citometria de Fluxo de alta sensibilidade na investigação de pacientes com suspeita de HPN ou falência medular.

Material e métodos

Estudo transversal, descritivo, realizado no período de Janeiro a Julho 2024. Pacientes atendidos no Serviço de Hematologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto HUPE-UERJ, com suspeita de HPN ou em investigação de pequenos clones na síndrome mielodisplásica (SMD) hipoplásica, anemia aplástica e outras síndromes de insuficiência da medula óssea. As amostras de sangue periférico em tubo de coleta contendo EDTA foram processadas para análise de Imunofenotipagem por citometria de fluxo utilizando o citômetro FACS Lyric e os seguintes marcadores: FLAER, CD45, CD24, CD15, CD14, CD64, CD59 (MEM-43), CD235a (JC159). Para possibilitar uma maior sensibilidade (aproximadamente 0,01%) foram analisadas 500.000 células de cada paciente, de acordo com as diretrizes práticas para detecção e monitoramento de alta sensibilidade conforme o protocolo descrito por Sutherland et al. 2012.

Resultados

Desde 2015 a instituição recebeu 20 pacientes com diagnóstico de anemia aplástica. Em janeiro de 2024 a pesquisa de HPN foi disponibilizada e dos 10 pacientes avaliados até o momento (período de janeiro a julho de 2024), 5 pacientes possuíam síndrome de falência medular, destes 4 apresentaram clones HPN. A técnica permitiu a detecção de pequenos clones HPN. O menor clone identificado foi de 0,04% em eritrócitos.

Discussão

Visando a maior especificidade da técnica, além da combinação de anticorpos, clones validados e aquisição de maior quantidade de células, o reagente de aerolisina fluorescente (FLAER) foi essencial. A aerolisina, que é o principal fator de virulência da bactéria Aeromonas hydrophila, é secretada como proaerolisina e se liga de maneira seletiva e com alta afinidade à porção glicana da âncora GPI. Uma das vantagens de usar o FLAER é que o ensaio não é afetado pela diferença na expressão das proteínas ancoradas pela GPI em células que se encontram em estágios anteriores de maturação. A literatura mostra que aproximadamente 50 a 60% dos pacientes com anemia aplástica apresentam clone HPN e a detecção e monitorização, mesmo que de pequenos clones, é importante em pacientes que irão iniciar tratamento com imunossupressão. Ao longo do tratamento, com a melhora do substrato medular, os clones HPN precisam ser monitorados pois seu aumento está associado ao aparecimento de alterações clínicas e laboratoriais como hemólise e eventos trombóticos, que corresponde a principal causa de morte nos pacientes.

Conclusão

A nossa experiência demonstrou a importância da disponibilização do exame para pesquisa de HPN subclínica. O diagnóstico preciso é essencial para um melhor acompanhamento do paciente, uma vez que o protocolo adotado permite a detecção de pequenos clones, possibilitando início de tratamento precoce quando indicado.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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