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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1320
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USO DA FOTOFÉRESE TERAPÊUTICA NO MANEJO DA DOENÇA DO ENXERTO CONTRA HOSPEDEIRO CRÔNICA DE PELE E FÍGADO: RELATO DE CASO EM CENTRO ESPECIALIZADO
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AD Fonsecaa, HEM Fonsecaa, ED Fonsecaa, LMD Fonsecaa, MGPCM Fonsecab, EAF Medeirosc, VPAS Freitasd, FSA Guimarãese, DK Santosd
a Instituto de Onco-Hematologia de Natal, Natal, RN, Brasil
b UNINOVE Guarulhos, Guarulhos, SP, Brasil
c Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil
d Centro Universitário Facex (UNIFACEX), Natal, RN, Brasil
e Universidade Potiguar (UNP), Natal, RN, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro (DECH) é uma complicação imunológica grave que pode ocorrer após o transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas. Caracteriza-se por uma resposta imunológica do enxerto contra os tecidos do receptor, afetando principalmente pele, fígado e trato gastrointestinal. Na forma crônica, a DECH apresenta manifestações clínicas variadas e de longa duração, exigindo manejo especializado e, muitas vezes, refratário às terapias imunossupressoras convencionais. Nesse cenário, a Fotoférese Terapêutica surge como uma alternativa imunomoduladora eficaz e bem tolerada, especialmente em pacientes com comprometimento cutâneo e hepático significativo.

Descrição do caso

Paciente do sexo masculino, 55 anos, branco, com histórico de transplante de medula óssea alogênico aparentado, realizado em 01 de julho de 2016, evoluiu com quadro de DECH crônica, com acometimento de pele e fígado. Apresentava manifestações clínicas importantes, como desnutrição grave, xerostomia, xeroftalmia, eritema, prurido intenso e descamação cutânea generalizada. Ao exame físico, observou-se pele ressecada, descamativa, com prurido difuso, mucosas secas e autoestima prejudicada, mantendo boa rede venosa periférica. Exames laboratoriais evidenciaram elevação das enzimas hepáticas. O histórico familiar incluía câncer de pele no pai, câncer hepático na mãe e doença renal crônica no irmão, transplantado renal. Diante da refratariedade clínica e das limitações das terapias imunossupressoras convencionais, foi iniciado tratamento com Fotoférese Terapêutica, em sessões semanais, totalizando 48 sessões ao ano, mantidas conforme resposta clínica. A intervenção teve início em abril de 2022. Após seis meses de tratamento, observou-se melhora significativa dos sintomas, com regressão do eritema, alívio do prurido, melhora da xerostomia e da xeroftalmia, além da recuperação progressiva do estado nutricional. O paciente mantém acompanhamento com Fotoférese Terapêutica semanal, sem intercorrências ou eventos adversos relevantes, apresentando boa tolerabilidade ao tratamento.

Conclusão

Este relato de caso reforça a eficácia e segurança da Fotoférese Terapêutica no manejo da Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro crônica com acometimento cutâneo e hepático. A melhora significativa dos sintomas clínicos, a ausência de efeitos adversos relevantes e a boa tolerabilidade do tratamento destacam a Fotoférese Terapêutica como uma alternativa terapêutica promissora em contextos de refratariedade às terapias convencionais. A experiência clínica apresentada contribui para a prática baseada em evidências e enfatiza a importância de abordagens individualizadas em centros especializados para o cuidado de pacientes submetidos ao transplante de medula óssea.

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Referências:

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    Zeiser R, von Bubnoff N, Butler J, et al. Ruxolitinib for glucocorticoid-refractory chronic graft-versus-host disease. N Engl J Med. 2021;384(18):1800-10. https://doi.org/10.1056/NEJMoa2033122

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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