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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 2036
Acesso de texto completo
USO CLÍNICO DO DÍMERO-D REVISÃO DE LITERATURA
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17
HVd Carvalho, MH Melo, MdO Morais, MdNCS de Almeida
Afya Faculdade de Ciências Médicas de Ipatinga (UNIVAÇO), Ipatinga, MG, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

O dímero-D é um produto específico da degradação da fibrina estabilizada pela ação do fator XIIIa, refletindo a ativação dos sistemas de coagulação e fibrinólise. Durante a hemostasia, a trombina converte o fibrinogênio em fibrina, que é posteriormente degradada pela plasmina, gerando o dímero-D. O teste que o avalia apresenta alta sensibilidade e baixo valor preditivo positivo, sendo eficaz na exclusão de eventos tromboembólicos, como trombose venosa profunda, embolia pulmonar e coagulação intravascular disseminada. Entretanto, valores elevados são inespecíficos e podem ocorrer em situações como gravidez, trauma, neoplasias, cirurgias e doenças hepáticas.

Objetivos

O objetivo desse trabalho é compreender o uso da dosagem do Dimero-D na prática clínica e as suas indicações.

Material e métodos

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados PubMed e SciELO, contemplando ensaios clínicos, revisões narrativas, revisões sistemáticas e meta-análises. Utilizaram-se como descritores e palavras-chave: “D-dímero”, “produtos de degradação da fibrina”, “tromboembolismo venoso” e “diagnóstico laboratorial”. Foram incluídos estudos publicados nos últimos cinco anos, sem restrição de idioma, desde que apresentassem relação direta com o tema proposto e tivessem o texto disponível na íntegra. A seleção dos trabalhos considerou a relevância para a prática clínica e a qualidade metodológica das publicações.

Resultados

Foram selecionados 5 artigos principais para a realização da revisão de literatura.

Discussão e conclusão

A solicitação rotineira de dosagem de Dímero-D sem a suspeita trombótica deve ser desestimulada, visto ser um exame com alto valor preditivo negativo em baixa probabilidade. Analisar com cautela a solicitação e utilizar a aplicação de valores de corte ajustados por idade pode aumentar a especificidade deste teste em pacientes idosos. Para indivíduos com mais de 50 anos, recomenda-se calcular o valor de referência ajustado utilizando a fórmula: Idade (em anos) ×10 ng/mL. É fundamental também que os profissionais de saúde considerem o momento da coleta ao interpretar os resultados do teste, a amostra de sangue obtida após a administração de anticoagulantes pode levar a um resultado falso-negativo. Da mesma forma, coletas realizadas precocemente, durante a fase inicial da formação do coágulo, podem comprometer a acurácia do resultado. Pacientes com deficiência do fator XIII costumam apresentar níveis persistentemente baixos do marcador, mesmo na presença de trombose. Dessa forma, infere-se que teste de Dímero D possui alta sensibilidade, sendo útil para excluir a presença de trombose venosa em pacientes com baixa ou moderada probabilidade clínica. No entanto, devido à baixa especificidade, não é diagnóstico por si só, pois níveis elevados podem ocorrer em infecções, inflamações, neoplasias, gravidez, pós-operatórios, entre outros. O teste de Dimero-D possui baixa especificidade e elevação inespecífica em diversas situações clínicas o que limitam seu valor diagnóstico isolado. Portanto, pode-se inferir que o uso adequado do Dímero D requer correlação clínica e, preferencialmente, algoritmos diagnósticos, não sendo recomendado a dosagem indiscriminada ou de forma rotineira na prática clínica, pois, isso pode levar a resultados falso-positivos, solicitações desnecessárias de exames complementares e aumento de custos, sem benefício real ao paciente.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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