Introdução: A COVID-19 é uma doença causada pelo SARS-CoV-2 e teve seu primeiro caso relatado em dez/2019 na China. (DUAN, 2020) Essa doença aumentou significativamente as hospitalizações e óbitos por pneumonia e ainda não estão disponíveis agentes terapêuticos específicos ou vacinas com eficácia comprovada (WIERSINGA, 2020; SHEN, 2020). O plasma convalescente vem sendo estudado como estratégia terapêutica e consiste em transferir anticorpos do plasma de um doador recuperado da doença, sendo considerado um método de imunização passiva. Segundo a FDA, Agência Reguladora dos EUA, essa terapêutica pode ser solicitada, em caráter emergencial, para pacientes graves e críticos (FDA, 2020). No Brasil, a ANVISA reforça que seu uso seja monitorizado por um estudo clínico ou observacional. Caso: Paciente sexo masculino, 31 anos, profissional da área da saúde, relata exposição a possível fonte de contaminação no dia 20/06/2020. Refere que a data de início de sua sintomatologia ocorreu no dia 23/06/2020 (D1) e consistia em odinofagia, seguido de febre alta e astenia. É portador de diabetes mellitus, hipertensão e dislipidemia, todos sob controle com medicação. Procurou o serviço de emergência, com queda da saturação de oxigênio e taquipneia no dia 02/07/2020 (D9) e foi admitido na UTI, com necessidade de VNI (ventilação não invasiva). A tomografia de tórax mostrou comprometimento pulmonar em 30-50% do parênquima pulmonar e não apresentava alterações de função renal, nem sinais de sepse, CIVD ou insuficiência de múltiplos órgãos. Estava em uso de ceftriaxona, cefepime, metilprednisolona, anticoagulante em dose intermediária (0,5 mg/kg 12/12h) e, recebeu terapia com plasma convalescente (03/07/2020, D10). O paciente é do tipo sanguíneo A positivo. As duas bolsas transfundidas foram obtidas do mesmo doador, um homem de 55 anos, com quantificação de IgM de 3,7 UA/mL e IgG: 82,1 UA/mL (metodologia CLIA - quimioluminescência). Paciente relata que um dia após receber o plasma, já apresentava melhora importante dos sintomas, e recebeu alta hospitalar no dia 07/07/2020 (D14), assintomático. Refere não ter apresentado efeitos adversos à terapia. Discussão: O uso do plasma convalescente é uma das opções terapêuticas na COVID-19 em pacientes graves ou críticos. Mais de 5 mil pacientes já foram tratados nos EUA e o tratamento parece ser seguro (JOYNER, 2020). Um estudo inicial com 5 pacientes (doença crítica) demonstrou melhora clínica, com diminuição da temperatura corporal, melhora dos exames de imagem e aumento da relação PaO2/FiO2 (SHEN, 2020). No entanto, Li e colaboradores analisaram 103 pacientes e não conseguiram demonstrar melhora clínica estatisticamente significativa dentro de 28 dias de seguimento, provavelmente devido ao número pequeno de pacientes em cada braço (LI, 2020). Neste estudo, quando se analisou apenas pacientes que receberam o plasma antes da necessidade de ventilação mecânica, notou-se uma tendência estatística de benefício da terapia. Neste relato, descrevemos um caso de sucesso no uso do plasma convalescente em paciente jovem, com comorbidades, e sinais de doença grave, que recebeu a terapia de forma precoce. Conclusão: Tendo em vista o cenário pandêmico da atualidade, o uso da terapia de plasma convalescente vem sendo realizado em diversos países, inclusive no Brasil, ainda em caráter experimental, como uma alternativa para pacientes com doença considerada grave ou crítica.
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