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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 2243
Acesso de texto completo
TRANSMISSÃO VERTICAL DE DENGUE COM TROMBOCITOPENIA EM NEONATO PREMATURO: RELATO DE CASO E DESAFIOS TRANSFUSIONAIS
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C Zutina, ACK Chiquitoa, JPL Amorimb
a Grupo Gestor de Hemoterapia ‒ Grupo GSH, Araras, SP, Brasil
b Grupo Gestor de Hemoterapia ‒ Grupo GSH, Brasília, DF, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A dengue é uma arbovirose transmitida mais facilmente pela picada do mosquito Aedes aegypti, porém casos de transmissão vertical têm sido relatados com maior frequência nos últimos anos, especialmente em regiões de alta endemicidade. Em neonatos, a infecção pelo vírus da dengue pode apresentar manifestações clínicas graves. A trombocitopenia é uma das principais complicações hematológicas associadas e pode predispor a sangramentos significativos nessa população. A transfusão de plaquetas pode se tornar uma medida terapêutica emergencial e vital. A decisão pela transfusão deve ser criteriosa, considerando os riscos envolvidos. Diante disso, torna- se fundamental discutir os critérios clínicos e laboratoriais que norteiam a indicação além de compreender os desfechos clínicos associados a essa conduta. A análise de relatos de casos e diretrizes clínicas podem contribuir para um manejo mais seguro e eficaz desses pacientes vulneráveis.

Descrição do caso

Recém-nascido, masculino, parto cesárea de 34 semanas e 5 dias de gestação, peso 2.405g, 42,5 cm e Apgar 8/9. Apresentou desconforto respiratório ao nascimento, sendo aspirado e ventilado com balão, admitido na UTI neonatal com febre, taquidispneia e ascite, porém mantendo-se ativo e reativo. Exames laboratoriais mostraram leucopenia (3.770 leucócitos/mm³) e plaquetopenia (58.000 mm3) sem indicação imediata de transfusão. No quinto dia de internação, teve queda da contagem plaquetária para 9.000 mm3, epistaxe, distensão abdominal e sangramento, quadro que configurou indicação formal de transfusão. A mãe VDRL reagente, teve bolsa rota de 11 horas e ambos (mãe e RN) testaram positivo para NS1.

Conclusão

A transmissão vertical da dengue embora rara representa uma via significativa de infecção neonatal. O caso descreve um prematuro com sinais clínicos precoces de infecção e comprometimento hematológico, sugerindo dengue congênita. Desde o nascimento apresentou desconforto respiratório, sendo admitido na UTI neonatal com febre, taquidispneia e ascite. A contagem plaquetária inicial embora baixa não indicava transfusão imediata o que é condizente com os protocolos do Ministério da Saúde e da Fiocruz. A literatura científica relata que transfusões devem ser consideradas com contagem inferior a 20.000 mm3 ou na presença de sinais de sangramento, como observado neste caso. A resposta clínica favorável após as transfusões confirma a eficácia da conduta adotada e revela a complexidade de manejo, especialmente em prematuros, em que múltiplos fatores podem contribuir para a instabilidade clínica. Este relato evidencia a gravidade da dengue congênita e a importância de uma abordagem criteriosa para indicação de transfusão plaquetária. A evolução clínica favorável após intervenção adequada reforça a relevância do monitoramento intensivo e da atenção redobrada a gestantes com sinais sugestivos de infecção viral em áreas endêmicas. O paciente recebeu alta hospitalar no 31° dia de vida, com peso de 2.820g, em bom estado geral, ativo e eupneico.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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