
Descrever a atividade desenvolvida pela Liga Acadêmica de Hematologia da Estácio de Sá (LiHES) – Campus Vista Carioca, destacando sua relevância para a formação médica acerca de tema pouco aprofundado dentro das universidades, apesar da estrita relevância no cenário da Hemoterapia.
Material e métodosTrata-se de relato de experiência de atividade em que foi debatido o tema “Transfusão de sangue e Testemunhas de Jeová”com cinco palestrantes, sendo quatro hematologistas e uma advogada. O encontro foi organizado pela LIHES em parceria com a Liga de Humanidades Médicas, Arte e Literatura. O evento ocorreu no dia 29/03/2023, com duração total de 2 horas e 30 minutos, de forma online através do aplicativo TEAMS.
ResultadosO debate foi aberto ao público com inscrições prévias através do preenchimento de formulário online com as seguintes perguntas: nome completo, idade, email, estado, cidade, ocupação e nível de escolaridade. Foi questionado se o participante era estudante de Medicina ou de outro curso. Foram 32 inscritos. Destes, 65,6% eram estudantes de Medicina. Houve também 3 acadêmicos de Biomedicina, 1 de Enfermagem e 2 de Farmácia. O encontro iniciou com uma das hematologistas convidadas que abordou o tópico “Fontes históricas e teológicas”e “Colih”. Posteriormente, o segundo hematologista convidado abordou as “Vivências pessoais com o tema”. Em seguida, foi abordado a “Vivência com o paciente pediátrico Testemunha de Jeová, situações de risco de morte, desfechos e ponderação quanto aos aspectos legais e bioéticos”pela hematologista pediátrica. A advogada abordou o tópico “Direitos fundamentais frente aos preceitos médicos no atendimento do Testemunha de Jeová”. A seguir, a hemoterapeuta abordou os tópicos “O médico diante da recusa à transfusão pelo paciente, CFM: testemunha de Jeová, transfusão e blooddless medicine”. Ao término das palestras, a sessão foi aberta para discussão do caso, em que os participantes puderam tirar suas dúvidas e debater sobre o tema.
DiscussãoO debate proporcionou uma visão abrangente dos desafios da transfusão de sangue nesses pacientes, abordando o tema de forma interdisciplinar com a participação de especialistas como hematologistas, hematologistas pediátricos, hemoterapeutas e um advogado. A vasta experiência desses profissionais foi crucial para explorar aspectos frequentemente negligenciados nas academias, desde a análise das raízes históricas até as experiências individuais, além de atualizações em questões bioéticas e legais. A presença de estudantes de outras áreas reforça a importância de explorar o tema em diferentes campos da saúde.
ConclusãoA atividade foi essencial para o aprendizado dos alunos participantes, pois são da área de saúde e podem vivenciar situações semelhantes no ambiente de trabalho. A palestra proporcionou a todos a oportunidade de adquirir conhecimentos em um cenário complexo e sensível, além de favorecer a troca de experiência entre os palestrantes convidados. Ao final, restou a todos a seguinte reflexão: na vigência de recusa de transfusão sanguínea pelo paciente diante de risco de morte, que decisão deve o médico tomar, sabendo que, devem ser pesados os pilares da Beneficência, da não Maleficência, da Autonomia e da Justiça?