
Os transplantes pediátricos de medula óssea são intervenções críticas para várias doenças hematológicas e oncológicas. O transplante de medula óssea, em pacientes pediátricos no Distrito Federal, representa o quarto tipo de transplante mais realizado no estado, conforme dados do Registro Brasileiro de Transplantes, disponibilizados pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. O Distrito Federal ocupa a 1ª posição no ranking de transplantes por milhão de população pediátrica (PMPP), em relação aos demais estados brasileiros. Comparando-se 2023 com o ano de 2022, observou-se diminuição de 1,23% nos transplantes ósseos em pacientes pediátricos, embora esse patamar ainda seja inferior aos índices registrados no período de pré-pandemia, de 2016 a 2021.
ObjetivosAvaliar o panorama dos Transplantes Pediátricos de Medula Óssea no Distrito Federal, identificando os principais desafios e fatores que afetam a efetivação de doadores. Além disso, propor estratégias para otimizar o processo envolvido em todas as etapas, desde a catalogação de possíveis doadores até a fase pós-operatória, objetivando aumentar a taxa de efetivação dos transplantes e reduzir o número de pacientes na lista de espera.
MetodologiaForam analisadas informações do Dimensionamento dos Transplantes no Brasil, globalmente, e, em particular, o que se efetiva em cada unidade federativa, a partir de dados coletados pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, no período de 2016 a 2023. Consideraram-se apenas dados referentes ao ano de 2023.
ResultadosEm 2023, o Distrito Federal (DF) apresentou panorama desafiador nos transplantes pediátricos de medula óssea. Foram realizados 35 transplantes de medula óssea, dos quais 18 foram alogênicos e 17 autólogos, colocando o DF entre os estados com maior número de transplantes por milhão de população pediátrica. No entanto, a taxa de aproveitamento dos doadores efetivos ainda está abaixo do esperado, com apenas 53% dos doadores sendo aproveitados. Os principais desafios incluem a necessidade de capacitação de mais centros de transplantes e a facilitação do Tratamento Fora de Domicílio (TFD) para ampliar o acesso aos transplantes para todas as crianças que necessitam. Estratégias propostas incluem o aumento do número de doadores e a otimização do aproveitamento dos órgãos doados, além de esforços contínuos para melhorar a infraestrutura e a capacitação dos profissionais envolvidos no processo. A meta é elevar o número de doadores por milhão de população para 30, até 2028, visando a aumentar o número de transplantes e a reduzir a lista de espera.
ConclusãoConclui-se que, apesar dos avanços no número de transplantes pediátricos de medula óssea no Distrito Federal, desafios significativos ainda persistem, como subutilização dos doadores e necessidade de maior capacitação e infraestrutura. Estratégias para superar esses desafios incluem aumentar a taxa de aproveitamento dos doadores, expandir o número de centros capacitados e facilitar o acesso ao Tratamento Fora de Domicílio (TFD). Com esforços coordenados e contínuos, espera-se elevar o número de doadores por milhão de população para 30, até 2028, otimizar o processo de transplantes e reduzir a lista de espera, garantindo que mais crianças tenham acesso ao tratamento que necessitam.