
Analisar o suporte transfusional prestado ao protocolo de prevenção de risco ao sangramento puerperal, avaliando as solicitações dentro dos riscos: baixo, médio e alto relacionando com o preparo de hemocomponentes bem como a indicação dos riscos relacionados com o consumo nas unidades de internação e centro cirúrgico.
MetodologiaEste estudo descreve e compara através de uma análise de dados de junho/2021 a junho/2022,obtidos do sistema informatizado utilizado na Instituição e uma revisão bibliográfica,para compreender melhor sobre o consumo e a escolha do hemocomponente aplicado nas avaliações de acordo com o risco. Os riscos estão caracterizados em baixo: atendimento com tipagem sanguínea, ABO/RH e Pesquisa de Anticorpos Irregulares; médio: atendimento com tipagem sanguínea, ABO/RH e Pesquisa de Anticorpos Irregulares o preparo de hemocomponente solicitado em reserva mediante a indicação clínica que o justifique e alto risco: realização da tipagem sanguínea ABO/RH pesquisa de anticorpos irregulares e preparo obrigatório de 02 concentrados de hemácias ou hemocomponente e quantidade de acordo com a indicação clinica avaliada como para históricos de HELP síndrome, atonia uterina, distúrbios de coagulação ou plaquetas prévios.
ResultadosOs hemocomponentes foram separados de acordo com o seu perfil,diferenciando-se entre componentes eritrocitários, plaquetários, plasmáticos e crioprecipitado. A análise, demonstra o perfil de atendimento da unidade com um maior percentual dos riscos baixo e médio (79%), risco alto (21%) do total de requisições atendidas. Para avaliação de risco alto mensalmente são preparadas de 100 a 200 concentrados de hemácias e o consumo de hemocomponentes, como verificado nos meses, julho/2021 184 hemocomponentes preparados com instalação de 54,89%, outubro/2021 142 hemocomponentes preparados com instalação de 29,57%, dezembro2021, 120 hemocomponentes preparados com instalação de 19,16% e janeiro/2022 98 hemocomponentes preparados e instalação de 35,71%, nos períodos descritos os diagnósticos atendidos de maior consumo foram síndrome de HELP e atonia uterina, talassemia, cesárea gemelares e trombocitopenia previa. Observa-se que o consumo médio das puérperas com necessidade de suporte é de 01 a 02 concentrados de hemácias das avaliações de risco alto, os riscos médio e baixo não apresentaram solicitação de transfusão durante o parto ou pós-parto. Plasma fresco, concentrado de plaquetas e crioprecipitado foram observados em maior consumo nas síndromes de help e trombocitopenia.
DiscussãoO protocolo tem demostrado efetividade na prevenção de sangramento puerperal pela anamnese prévia,que direciona o risco, otimizando o suporte pelo preparo dos hemocomponentes e disponibilização no momento da transfusão, e auxilia no planejamento do perfil de consumo para adequação do estoque de hemocomponentes para o atendimento a perfis com complexidade imuno-hematologica ou hemocomponentes de preparo específico como as transfusões intrauterinas e exsanguinotransfusão.
ConclusãoPodemos verificar a complexidade de atendimento da obstetrícia de baixa criticidade, porém o protocolo proporciona o monitoramento dos casos de média e alta complexidade com direcionamento para atendimento de acordo com a necessidade.O protocolo tem sua contribuição quanto ao conceito de PBM (paciente blood management), pelo monitoramento e avaliação do perfil de atendimento e consumo, campanha de reposição dos estoques e equipe técnica para atendimento.