Objetivo: Estimar o percentual de contagem de reticulócitos em relação aos hemogramas realizados nos laboratórios de análises clínicas de Divinópolis/MG. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo realizado nos laboratórios de análises clínicas do município de Divinópolis/MG inscritos no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES). Após contato com os responsáveis pelos laboratórios, estes foram convidados a participar da pesquisa, sendo realizada uma entrevista com base em um questionário estruturado a fim de obter as informações dos números de hemogramas e contagens de reticulócitos realizados durante os últimos doze meses. O questionário também visou identificar se o atendimento era ambulatorial ou hospitalar, se a instituição era pública ou privada, de pequeno, médio ou grande porte e quais os métodos eram utilizados para realização dos exames. Resultados: Foram identificados 15 laboratórios de análises clínicas em Divinópolis/MG, dos quais 11 foram entrevistados (73%), dois eram apenas posto de coleta e dois não aceitaram participar da pesquisa. Foram realizados 276.666 hemogramas e 4.248 contagens de reticulócitos nos últimos doze meses em todos os laboratórios. A maioria dos laboratórios é privado (81%), são considerados de médio porte (54%) e realizam exclusivamente atendimento ambulatorial (54%). Para realizar o hemograma, a maioria (81%) utiliza a técnica citometria de fluxo e para a contagem de reticulócitos todos realizam a técnica manual com o reagente azul de cresil brilhante. Discussão: Neste estudo foi demonstrado que o percentual de contagem de reticulócitos em relação ao número de hemogramas realizado nesse mesmo período foi de 1,5%. Esse percentual baixo foi encontrado tanto em laboratórios que realizam atendimento ambulatorial (1,9%) ou ambulatorial e hospitalar (2,5%), em instituições públicas (0,9%) ou privadas (1,9%), de pequeno (5,8%), médio (1,0%) ou grande porte (1,5%). Mesmo sabendo que o hemograma é um dos exames mais realizados mundialmente e não é exclusivo para o diagnóstico de anemia, o número de hemogramas executado é muito superior a contagem de reticulócitos. Algumas anemias compartilham semelhança nos exames laboratoriais e nas manifestações clínicas, por isso é extremamente importante que o diagnóstico seja realizado corretamente, pois é por meio dele que o tratamento adequado pode ser indicado. Um tratamento indevido, por um diagnóstico incorreto pode levar a complicações graves, como por exemplo, a indicação errônea de suplemento de ferro, que pode levar a uma sobrecarga do mesmo, acarretando em toxicidade, acúmulo no fígado, coração, glândulas endócrinas e até mesmo a morte. Conclusão: O número de contagem de reticulócitos é significativamente menor quando comparado ao hemograma em laboratórios da rede pública e privada, mesmo sendo o primeiro exame complementar para o diagnóstico da anemia. A baixa solicitação da contagem de reticulócitos pode estar relacionada com o a desvalorização do mesmo no meio clínico ou pela falta de acurácia e pobre reprodutibilidade dos resultados encontrados.
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