
Descrever a prevalência de soropositividade para sífilis (RSS) em doadores de sangue do Rio Grande do Norte (RN) atendidos pelo Hemocentro Dalton Cunha (Hemonorte) de 01 de março de 2020 a 28 de fevereiro de 2022, visando possibilitar planejamentos da saúde pública em sua linha de base.
Material e métodosFoi realizado um estudo transversal utilizando base de dados do programa HEMOVIDA. Os testes foram realizados com amostras de soro obtidas a partir de sangue total. A técnica de quimioluminescência foi aplicada e a identificação de anticorpos anti-T. pallidum caracterizou positividade para sífilis (RSS).
ResultadosDas amostras de 110.322 doadores analisados, 1.194 tiveram reação identificada. Dessa forma, foi obtida uma prevalência de 1,08% entre os doadores atendidos.
DiscussãoAtualmente estima-se que a sífilis afeta a saúde e a vida de mais de 12 milhões de pessoas ao redor do mundo. Dentre as maiores preocupações advindas da infecção estão problemáticas como a infertilidade, complicações gestacionais, morte fetal e aumento no risco de transmissão sexual do vírus da imunodeficiência humana (HIV). Tendo em vista a literatura científica e os dados epidemiológicos brasileiros recentemente publicados, foi identificado que, por conta do estabelecimento da notificação compulsória em 2010, o número de casos aumentou cerca de 29 vezes, saindo de 3.936 para 115.371 casos. Dessa forma, considerando o possível impacto causado na vida de milhões de brasileiros, faz-se necessário reforçar a relevância da triagem sorológica atualmente realizada em bancos de sangue no país.
ConclusãoA partir do presente estudo é possível concluir que os exames sorológicos, como a quimioluminescência para T. pallidum realizada no Hemonorte entre 2020 e 2022, atuam como ferramenta essencial na prevenção de transmissões transfusionais de sífilis adquirida, permitindo assim uma maior segurança e qualidade de vida aos receptores dos hemoderivados produzidos.