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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1204 (outubro 2024)
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HEMO 2024
Páginas S1204 (outubro 2024)
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SOFRIMENTO EMOCIONAL PELA PERDA GESTACIONAL DE MULHERES COM TROMBOFILIA
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328
YB Moraes, PPB Sola, MAD Santos, EAO Cardoso
Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
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HEMO 2024

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Introdução/objetivos

A perda gestacional pode ser entendida como a morte do feto antes da completa expulsão ou extração do corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez, sendo considerado um problema de saúde publica. A causa tratável mais prevalente no aborto recorrente é a Sindrome Antifosfolipidica (SAF) e apesar de ser um fenômeno de alta incidência e ainda assim é negligenciado com lacunas nas legislações, políticas públicas e investigações científicas. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivos: (1) Conhecer os sentimentos e significados advindos da(s) perda(s) gestacionais; (2) compreender como o luto da perda está sendo ou foi vivenciado; (3) identificar se houve fontes de apoio durante a perda e, se houve, quais foram; e (4) conhecer expectativas futuras.

Método

Trata-se de um estudo clínico-qualitativo, transversal, descritivo-exploratório. O marco teórico utilizado para a discussão dos resultados foi o do luto não autorizado. A amostra foi composta por dez mulheres com o diagnóstico de trombofilia e histórico de perdas gestacionais. A média de idade foi de 40,3 anos (dp = 9,7), metade com segundo grau completo, quatro com ocupações remuneradas fora do lar, uma com uma perda gestacional, quatro com duas perdas, quatro com três perdas e uma com quatro perdas, com o tempo de gestação do filho perdido variando entre dois e nove meses (natimorto). Metade da amostra tinha filhos vivos. Os instrumentos foram: Formulário de Dados Sociodemográficos, Critério de Classificação Econômica - Critério Brasil (CCEB) e um roteiro de entrevista semiestruturado. A coleta de dados foi realizada individualmente, online ou presencialmente, a depender da disponibilidade das participantes. As entrevistas foram áudio gravadas, mediante anuência das participantes, transcritas na íntegra e literalmente, respeitando a sequência e a forma como foram apresentadas as falas.

Resultados

Os dados foram submetidos à análise reflexiva temática sendo criadas três categorias temáticas: a) Dor das perdas: as participantes relataram sentimentos de culpa, solidão e incompreensão quando perderam seus filhos, configurando um momento de dor intensa em que se sentiram no escuro e sem esperanças; b) Ambivalência pós-diagnóstico: o recebimento do diagnóstico provoca sentimentos mistos de medo e de esperanças frente a possibilidade de um tratamento, além de alívio ao receber explicações e criar compreensões sobre as perdas; c) Fontes de apoio: as mulheres puderam contar com pessoas que iluminam seus caminhos, a partir da validação e do acolhimento de suas dores. Constatou-se que a perda gestacional é repentina, inesperada e sentida como errada, porque a morte chega enquanto se gera uma vida.

Conclusão

Conclui-se que o reconhecimento das perdas, pelo entorno social e pela equipe de saúde é essencial para que as dores dessas mulheres sejam validadas e possam ser acolhidas, além de auxiliar no resgate da esperança (FAPESP).

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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