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Vol. 42. Núm. S2.
Páginas 133 (novembro 2020)
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223
Open Access
SOBREVIDA DE PACIENTES COM LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA: COORTE RETROSPECTIVA 2008-2018
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A.A.M. Silvaa,b, T.M.R. Guimarãesa,b, E.S.C. Damasoa,b, R.L.M. Barrosa,b, H.L.O. Costaa,b, L.B.L. Moraesa,b, R.S. Botelhoa,b, T.A. Beltrãoa,b, E.M.U.A. Silvaa,b, A.C.A.C. Azevedoa
a Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope), Recife, PE, Brasil
b Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
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Introdução: Leucemia Mielóide Crônica (LMC) é uma doença mieloproliferativa clonal relacionada com uma anomalia genética adquirida caracterizada por leucocitose com desvio à esquerda, esplenomegalia e pela presença do cromossomo Philadelphia (22q-) resultante da translocação t (9;22)(q34;q11), gerando a proteína híbrida BCR-ABL, com atividade aumentada de tirosina quinase e sua hiperatividade desencadeia liberação de efetores da proliferação celular e inibidores da apoptose, sendo sua atividade responsável pela oncogênese inicial da doença. O curso clínico típico tem três fases: crônica, acelerada e blástica. Em estudos de sobrevida, as pessoas são acompanhadas por meio da ocorrência de um evento (ex. diagnóstico da doença) sendo incluídas no estudo em diferentes tempos do ano; porém, na análise, todos têm seu tempo de sobrevivência contado a partir da entrada no estudo (tempo zero). O evento final corresponde geralmente ao óbito, ou evento que indique a modificação do estado inicial (cura, recidiva). Objetivo: Analisar a taxa de sobrevida de pacientes com leucemia mielóide crônica atendidos na Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope). Material e métodos: Estudo de coorte retrospectivo de base hospitalar e ambulatorial realizado através da coleta e análise dos dados secundários. A população do estudo foi constituída por 349 pacientes com diagnóstico de LMC, atendidos no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2018. A amostra foi de conveniência. Foram analisados 105 (30%) prontuários que estavam de acordo com os critérios de inclusão estabelecidos. O cálculo de sobrevida acumulada foi determinado pelo Método de Kaplan-Meier, considerando como marco inicial a data do diagnóstico e, final, o último evento, o óbito ou abandono, num período de onze anos. A coleta de dados foi realizada no período de junho a agosto de 2019. O estudo foi aprovado pelo CEP-Hemope-Parecer-3.218.974. Resultados: 1. Características sociais e demográficas: Verificamos que a maioria era do sexo masculino 61 (58%), cor parda 85 (81%) e procedente de Recife 51 (48,5%); média de idade 46 ± 16,5 anos, faixa etária ampla (18 a 87 anos). 2. Terapia Farmacológica: A maioria realizou tratamento com mesilato de imatinibe 61 (58%); 3. Evolução dos casos: Verificamos que 96 (91,4%) permaneceram na fase crônica. Constatamos 12 (11,4%) de óbitos, destes, 8 (67%) encontravam-se na fase blástica. Verificamos sobrevida global de 96% no primeiro ano, caindo para 88% em cinco anos, semelhante a estudos internacionais. Discussão: A terapia padrão utilizada para o tratamento da LMC é realizada com mesilato de imatinibe um inibidor da tirosina-quinase que apresenta alto potencial inibitório do gene BCR-ABL, sendo assim capaz de controlar a doença a longo prazo, promovendo uma melhor qualidade de vida dos pacientes. Segundo a literatura internacional, a taxa de sobrevida global estimada em cinco anos para pacientes com LMC que recebem imatinibe como terapia inicial é de 90%, semelhante ao nosso estudo. Conclusão: Verificamos que a maioria permaneceu na fase crônica da doença. A sobrevida global foi 88% em cinco anos, semelhante a estudos internacionais. Este estudo consiste num ponto de partida para realização de mais estudos sobre o tema, pois sua análise em base populacional contribui para a descrição do comportamento da doença e dos fatores prognósticos a ela relacionados.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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