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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S151-S152 (outubro 2024)
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SÍNDROME HIPEREOSINOFÍLICA IDIOPÁTICA COM PNEUMONITE INTERSTICIAL: RELATO DE CASO
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JWL Juniora, AF Medeirosa, TRL Oliveirab, BK Medeirosb, IC Almeidab, IC Medeirosb, SBC Fonetenelec
a Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC), Mossoró, RN, Brasil
b Faculdade de Enfermagem Nova Esperança de Mossoró (FACENE), Mossoró, RN, Brasil
c Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró, RN, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Introdução

A síndrome hipereosinofílica idiopática (SHE) é uma condição rara marcada por uma desordem mieloproliferativa que resulta em um aumento contínuo na produção de eosinófilos. É caracterizado por uma contagem de eosinófilos > 1.500 mm3. Está associada a infiltração eosinofílica nos tecidos, levando a diversas repercussões sistêmicas.

Objetivos

Descrever um caso clínico de síndrome hipereosinofílica idiopática (SHE) com manifestação de pneumonite intersticial, com o objetivo de ilustrar a complexidade do diagnóstico diferencial da eosinofilia e destacar a importância de reconhecer a SHE para uma abordagem diagnóstica e terapêutica adequada.

Metodologia

Os dados foram obtidos através do prontuário eletrônico do paciente no dia 07/05/2024.

Relato de caso

Paciente do sexo feminino de 53 anos, previamente hígida, iniciou quadro de febre, calafrios, tosse seca, inapetência, cansaço e leve dispneia em 21/07/2023. Em 23/07/2023, foi ao pronto atendimento com dispneia, hipoxemia e sibilância. Internada na UTI, foi diagnosticada com infiltrado pulmonar em vidro fosco e espessamento septal. Exames laboratoriais mostraram aumento de transaminases, troponinas e hipereosinofilia; ressonância cardíaca indicou sinais de miocardite. Recebeu alta após sete dias com melhora dos sintomas iniciais, mas desenvolveu lesões urticárias confluentes e prurido intenso uma semana depois, necessitando nova internação. Sorologias e autoanticorpos foram negativos. Ecocardiograma transtorácico e tomografia de tórax mostraram recuperação cardíaca e recuperação da pneumonite intersticial. Exames laboratoriais revelaram hipereosinofilia persistente, eosinófilos no sangue periférico eram de 1.782/mm3, transaminases e vitamina B12 estavam normais. A biópsia de pele mostrou infiltrado eosinofílico intenso, sem vasculite. Tratada com corticoides por nove dias, a paciente teve melhora do prurido e redução dos eosinófilos após dezesseis dias de tratamento.

Discussão

A síndrome hipereosinofílica idiopática é definida pela presença persistente de eosinofilia elevada por um período mínimo de seis meses, sem identificação de uma causa subjacente após uma investigação diagnóstica extensiva. É associada a lesões em órgãos-alvos, que podem resultar em acometimento pulmonar, cardíaco e neurológico. Devido ao acometimento multi tecidual é de extrema importância o diagnóstico precoce.

Conclusão

A síndrome hipereosinofílica (SHE) é uma condição desafiadora de diagnosticar, devido à sua baixa incidência e à sintomatologia inespecífica. Assim, é crucial realizar uma avaliação rigorosa em casos de eosinofilia persistente e possuir um conhecimento aprofundado para interpretar o quadro clínico

,

devido a sua repercussão sistêmica e infiltração tecidual que podem levar a lesões irreversíveis. Este caso reforça a importância de considerar a síndrome hipereosinofílica nos diagnósticos diferenciais de eosinofilia persistente, reforçando a necessidade de um diagnóstico precoce e de uma abordagem terapêutica abrangente.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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