Objetivo: Descrever um caso de Sarcoma histiocítico. Material e métodos: Relato de caso através de coleta de dados do prontuário de paciente atendido no Hospital Amaral Carvalho (HAC). Relato de caso: Paciente G.T.O, 72 anos, sexo feminino com história de lesão ulcerada em terço proximal de membro inferior esquerdo há 1 mês, sem sintomas B. Realizado biópsia de lesão em serviço de origem, com resultado de neoplasia maligna de pequenas células e imunohistoquímica compatível com melanoma maligno nodular ulcerado. Solicitada revisão diagnóstica compatível com neoplasia maligna de pequenas células, porém não confirmado possibilidade de células de Merkel devido a desgaste de lâmina. Em tomografias computadorizadas de estadiamento, visualizado linfonodo inguinal a esquerda, único, próximo ao local de incisão e retirada de lesão ulcerada. Anatomopatológico do linfonodo e imunohistoquímica: Sarcoma histiocítico (CD45+, CD68+, CD20-, CD3-, CD15-, CD30-, EMA-, ALK-, S-100-, melanina -, CD56-). Paciente realizou 6 ciclos CHOP, sem complicações graves relacionadas a quimioterapia, e em seguida submetida radioterapia, com termino de terapias em setembro de 2019, desde então em remissão. Discussão: Sarcoma Histiocítico(SH) é uma neoplasia rara, de origem hematopoiética, podendo acometer todas as idades com predominância em adultos (40-60 anos). Há discreta predominância em homens. Acomete linfonodos e tipicamente envolve sítios extra-nodais trato gastro-intestinal, pele, pulmão, podendo surgir como doença localizada até doença disseminada (com pior prognóstico). É caracterizado pela proliferação de células malignas com padrões morfológicos baseados em histiócitos, caracterizados como células “monstro”multinucleadas, células histiocíticas com núcleo Pac-Man-like, citoplasma vacuolizado abundante, com várias células inflamatórias de permeio. Podem ocorrer áreas de hemofagocitose na medula óssea. Marcadores imunohistoquímicos: pelo menos 2 dos seguintes: CD68 (KP-1 e PGM-1, este último mais específico), CD163, lisozima, CD4. Outros adjuntos: CD31, PU.1, CD14, CD43, CD45, HLA-DR, fascina, fator XIIIa, a-1-antitripsina. Mutações envolvendo BRAF V600E, a via RAS-MAPK, assim como ativação da via PI3K e do gene supressor CDKN2A são frequentemente descritas. Em alguns casos há relação com rearranjo de cadeias de imunoglobulinas, principalmente quando associados a alguns tipos de linfoma. Não existem relatos de translocações ALK. O diagnótico diferencial é feito com outras doenças histiocitárias como Rosai-Dorfman, sarcoma de células de Langerhans, metástase de carcinoma ou melanoma, entre outras. Exames ao diagnóstico incluem tomografias ou PET-CT, exames laboratoriais completos, biópsia de medula óssea em casos de citopenias e biópsia da lesão com Imunohistoquimica confirmando diagnóstico. O tratamento pode ser cirúrgico, radioterapia, quimioterapia ou uma combinação deles. Respostas com Vemurafenib (inibidor de BRAF), Trametinib (inibidor de MEK) têm sido reportadas. Conclusão: O Sarcoma histiocítico trata-se de uma doença rara, corresponde a menos que 1% das neoplasias hematológicas, com evolução agressiva e sobrevida pobre, principalmente nos pacientes com doença disseminada. O melhor tratamento ainda é um desafio, entretanto o entendimento das alterações moleculares envolvidas na fisiopatologia pode ser de suma importância na descoberta de possíveis alvos e novas opções terapêuticas.
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