Objetivos: Relatar um caso de paciente com leucemia aguda diagnosticado a partir de tumor em colo uterino. Material e métodos: As informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário, registro fotográfico dos métodos diagnósticos aos quais a paciente foi submetida, além de revisão de literatura. Paciente feminina, 49 anos, acompanhada em ambulatório de ginecologia, apresentou em exame de screening para neoplasia de colo uterino um anátomo patológico com proliferação linfoide e imunohistoquimica compatível com sarcoma granulocítico (CD34 e MPO positivos; Ki 67 de 80% e cariótipo 46,XX). Hemograma da admissão: Hb 8,4g/dL; Leucocitos de 31800 sendo 3640 neutrófilos, 3530 linfócitos e 19100 monócitos. Paciente foi internada para tratamento com protocolo 7+3 (Idarrubicina + Citarabina), evoluindo no D5 com neutropenia febril. Iniciado cefepime; após, evoluiu com diarreia com mais de 10 episódios/dia, quando foi escalonado antimicrobiano para meropenem e vancomicina no D7 de quimioterapia. Em tomografia foi visualizado espessamento parietal em delgado, principalmente em íleo. Devido hipótese de tiflite, foi deixada em dieta zero e iniciado nutrição parenteral. No D10, paciente apresenta piora hemodinâmica e respiratória, sendo regulada para vaga em UTI. Paciente evoluiu com parada cardiorrespiratória de 35 minutos com retorno à circulação espontânea, instalado noradrenalina e visualizado pupilas midriáticas e avaliação neurológica. Em avaliação laboratorial, detectada acidose metabólica com pH 6,75, instalado protocolo de correção e acionada nefrologia. Paciente evoluiu com nova PCR sem retorno da circulação espontânea com óbito no D12. Discussão: O sarcoma granulocítico é um tumor extra-medular de células blásticas hematopoiéticas relacionado à leucemia mieloide aguda, podendo se apresentar em qualquer parte do organismo, sendo as mais comuns, em ordem de frequência: osso, partes moles e pele. Acometimento no colo uterino é um evento raro, com poucos casos descritos na literatura e ainda mais incomum com apresentação antes de leucemia identificada no sangue ou médula óssea. O diagnóstico é dado pela imunohistoquimica com positivação de CD34, mieloperoxidade e lisozima. O tratamento se baseia em quimioterapia e radioterapia, sendo que no caso de acometimento uterino a cirurgia não se mostrou benéfica. Em nosso caso a paciente foi a óbito durante indução por complicação infecciosa, não sendo possível avaliar a efetividade do tratamento proposto. Conclusão: Sarcoma granulocítico com apresentação atípica deve ser considerado em diagnósticos diferenciais de neoplasia de colo uterino, especialmente quando a paciente apresenta clínica e exames laboratoriais compatíveis.
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