Compartilhar
Informação da revista
Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S599 (Outubro 2022)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S599 (Outubro 2022)
Open Access
RITUAIS DE DESPEDIDAS E O MANEJO DO LUTO NO HOSPITAL – PROGRAMA DE CUIDADOS ESPECIAIS AO ÓBITO
Visitas
571
H Chiattone, HA Teixeira, M Vasques, L Izzo, A Lorandi, L Caldeira, AP Rodrigues, MF Gatti
Hospital Samaritano Higienópolis, Higienópolis, SP, Brasil
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 44. Núm S2
Mais dados

Embora a morte seja um processo natural do ciclo vital, a perda de uma pessoa amada é considerada uma das experiências mais desorganizadoras que o ser humano pode vivenciar (Franco, 2010). No contexto hospitalar, o enfrentamento de situações emergenciais e morte tornam-se parte da rotina para o Psicólogo Hospitalar, evidenciando uma ampliação de atuação do trabalho deste profissional (Chiattone, 2011). Este trabalho tem como objetivo referenciar os efeitos terapêuticos dos rituais de despedidas e o cuidado psicológico no contexto hospitalar. A partir dos dados obtidos neste estudo pode-se pensar que são diversas as formas de rituais e despedidas, pois o luto é determinado pelos padrões de relacionamentos e vínculos afetivos familiares anteriores a morte. Em nosso hospital, o psicólogo integra a equipe de saúde; com olhar diferenciado e escuta atenta, validando sua história de vida, colocando-se na posição de mediador e catalisador das relações interprofissionais. Possibilitamos e estimulamos a realização de rituais de despedidas no contexto hospitalar, favorecendo a compreensão da morte como processo natural da vida e elaboração do luto, sendo uma medida preventiva aos transtornos psíquicos. Em nossa rotina, consideramos os rituais de despedida como um método para orientar o adoecido e a família. São propiciados pedidos de perdão, formas de agradecimentos, desfechos e a ressignificação de temas e questões que possam estar pendentes nas relações sociais do paciente. Em situações de gravidade clínica do paciente, intensificamos os atendimentos psicológicos, abrindo possibilidades para alívio da dor, minimizando angústias, dissolvendo sentimento de culpa e remorso que se relacionam ao processo de luto. O Programa de Cuidados Especiais ao Óbito é realizado desde a constatação de esgotamento terapêutico, até o momento do óbito onde favorecemos a despedida de familiares no leito, desejos do paciente expressos durante sua vida, visitas religiosas, sendo favorável para elaboração do luto. No período de janeiro a julho de 2022, o Programa abrangeu 140 óbitos, possibilitando o atendimento psicológico a 495 familiares e acompanhantes. Em nosso hospital, também realizamos acompanhamento com familiares pós óbito, em modelo de posvenção, onde a família retorna ao hospital e é realizado um atendimento a fim de orientar e apoiar o investimento afetivo em novas atividades e apoio social, minimizando o impacto das perdas. O Serviço de Psicologia é colocado como referência, oferecendo um espaço que contemple acolhimento, escuta e trabalho dos sentimentos despertados. Por meio dos rituais, em contextos que envolvem o perdão, os pacientes expressam a vontade de compreender sobre o bem-estar dos que ficarão após sua partida e de se sentirem acompanhados pela família. Observamos uma melhora na sensação de impotência e culpa, de poder aprender com o processo e o apreço de participar de um momento belo e significativo.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas